Este texto é sobre maneiras pelas quais podemos proteger os animais na natureza contra doenças. Podemos vacinar os animais contra doenças e fornecer assistência médica aos animais que ficam doentes. Para obter informações sobre outras maneiras pelas quais podemos ajudar animais, consulte a seção de nosso site sobre como ajudar os animais na natureza. Para mais informações sobre o sofrimento causado por doenças entre os animais selvagens, consulte nossa página sobre doenças na natureza.
Doenças são uma das fontes de sofrimento para os animais não humanos que vivem na natureza. O texto doenças na natureza examina isso mais detalhadamente. Felizmente, porém, essa é uma das áreas nas quais já conhecemos maneiras de ajudá-los. Já existe a tecnologia para vacinar e curar muitas das doenças que afetam os animais que vivem na natureza. Geralmente, vacinas e medicamentos são administrados aos animais que vivem na natureza apenas quando fazê-lo beneficia os humanos, por exemplo, interrompendo a transmissão de doenças de animais selvagens para animais de criação e humanos, ou por motivos conservacionistas. Raramente é feito para o bem de cada animal. Mas os resultados obtidos até o momento mostram que é possível vacinar animais, mesmo que isso não beneficie os humanos.
A síndrome do nariz branco é uma doença causada pelo fungo Pseudogymnoascus destructans. Desde 2007, matou mais de seis milhões de morcegos na América do Norte1. A taxa de mortalidade é maior do que 90% em algumas espécies. A doença perturba a hibernação dos morcegos, fazendo com que, ou eles morram de inanição por conta da utilização de todo o seu estoque de gorduras, ou que morram de exposição enquanto tentam encontrar comida no inverno2. Um estudo de campo de 2019 testou a eficácia da bactéria probiótica Pseudomonas fluorescens, em reduzir o impacto da doença em morcegos infectados. Eles descobriram que os morcegos tratados com o probiótico tiveram uma taxa de sobrevivência de 46.2%, enquanto a taxa de sobrevivência dos morcegos que não foram tratados foi de apenas 8.4%3. Apesar de a motivação para encontrar a cura ter surgido a partir de interesses conservacionistas, a sua ampla aplicação, contudo, reduziria significativamente o sofrimento e as mortes prematuras entre os morcegos.
O tratamento probiótico pode também ser valioso em tratar doenças em membros de outras espécies. O fungo quitrídeo Batrachochytrium dendrobatidis tem tido efeitos devastadores sobre anfíbios, matando milhões de animais em 501 espécies4. Os anfíbios infectados apresentam sintomas como perda do apetite, letargia e o endurecimento da pele. Esse endurecimento leva a morte porque os indivíduos afetados não conseguem absorver nutrientes e liberar toxinas pela sua pele. Alguns anfíbios respiram por meio da pele e, uma vez infectados, podem não conseguir respirar5. Um estudo de 2016 sobre sapos boreais mostrou que aqueles sapos tratados com o probiótico janthinobacterium lividum antes da exposição ao batrachochytrium dendrobatidis tiveram um aumento de 40% nas taxas de sobrevivência em comparação aos sapos não tratados6. Os probióticos poderão ser utilizados no futuro para tratar ou proteger os anfíbios susceptíveis de contraírem a doença.
Também estão em andamento pesquisas sobre a possibilidade de tratamentos probióticos para doenças fúngicas em cobras causadas pelo fungo Ophidiomyces ophiodiicola7 e também para a infestação do fungo Nosema ceranae em abelhas8. Experimentos bem-sucedidos também foram realizados com o uso de probióticos para inibir infecções zoospóricas em peixes9. Os probióticos possuem o potencial para melhorar significativamente o bem-estar dos animais que vivem na natureza ao protegê-los contra doenças ou mitigando os seus efeitos.
A sarna sarcótica é uma doença de pele causada por ácaros parasitas escavadores. Ela afeta várias espécies de mamíferos não humanos, incluindo cães, gatos, coiotes, ursos e vombates. Os vombates são afetados de maneira especialmente negativa pela sarna. Acredita-se que isso acontece devido às condições dentro das tocas dos vombates serem especialmente favoráveis à reprodução e transmissão de ácaros sarcóticos10. Os vombates infestados perdem pelo, sua pele torna-se infectada e nela aparece uma crosta, e até mesmo seus olhos e ouvidos tornam-se cobertos pela crosta. Em casos severos, pode levar à morte11. O Dr. Carver, pesquisador da Universidade da Tasmânia com muita experiência com a doença e seus pacientes, acredita que a sarna sarcóptica é uma das doenças mais dolorosas que afetam animais não humanos12.
Os vombates infestados são geralmente tratados com um medicamento chamado cydectin. O trabalho é realizado principalmente por voluntários. O estresse da captura pode matar os vombates, especialmente quando estão em um estado já enfraquecido. O tratamento químico precisa ser aplicado por várias semanas e geralmente é administrado usando uma aba especialmente projetada, colocada acima da entrada da toca do vombate. Um novo tratamento que está sendo desenvolvido pelo Dr. Carver e sua equipe oferecerá um tratamento mais duradouro para os vombate. Se puder ser usado efetivamente em campo, facilitará muito tratar os vombates individualmente ao longo do tempo. Deve-se notar que essa intervenção, a pesquisa realizada pelo Dr. Carver e o trabalho de voluntários na Tasmânia, parece ser motivada pela preocupação com os próprios animais que sofrem, e não por motivos conservacionistas ou econômicos. Não há relatos de transmissão da doença de vombates para animais domesticados e, de acordo com o Dr. Carver, é improvável que a sarna cause extinção dos vombates13.
Além da assistência a animais que já estão doentes, uma maneira importante pela qual podemos proteger os animais na natureza de doenças é pela da vacinação. Existem muitos exemplos de vacinações em larga-escala de animais que vivem na natureza. Talvez a mais importante delas seja a vacinação contra a raiva, que tem sido feita em vários países em larga escala. Vacinas contra muitas outras doenças que os animais selvagens sofrem também foram desenvolvidas.
Um exemplo paradigmático de imunização de animais selvagens é a vacinação de animais contra a raiva14, que erradicou com sucesso a doença na maior parte da Europa em 2010 e em grandes áreas da América do Norte. Isso foi feito com o objetivo de prevenir que a doença se espalhasse e fosse transmitida para os animais que vivem com humanos, como cães, ou para os próprios humanos. A vacinação foi administrada pela dispersão aérea de alimentos contendo a vacina contra a raiva, que foram então ingeridos pelos animais15.
Nos Estados Unidos, as tentativas de eliminar a doença começaram na década de 197016 e a eliminação foi alcançada em Parramore Island, Virgínia17, Williamsport, Pensilvânia18 e Cape May, Nova Jersey19.Um desses programas foi a prevenção da propagação da raiva entre os guaxinins de Massachussetts com a vacinação oral de 63% da população de guaxinins, o que foi suficiente para uma erradicação bem-sucedida da doença na região20. Outro exemplo é o programa de vacinação oral para coiotes no Texas, que conduziu a uma ampla redução dos casos de raiva, além de interromper o seu crescimento na área afetada21. Esforços adicionais foram feitos em outras partes da América do Norte, como no Canadá22. Um esforço coordenado entre Estados Unidos, México e Canadá foi proposto com o objetivo de erradicar a raiva em outras áreas23.
Programas similares foram implementados ao redor de todo o mundo, incluindo a vacinação de cães na África24 e na Ásia25, e a vacinação de lobos na Etiópia26. Os dados desses programas fornecem evidência da eficácia e detalhes da implementação que tornarão mais fácil vacinar muito mais animais no futuro.
A raiva é uma doença terrível para os animais afetados por ela. Ela se propaga por mordidas, e causa a inflamação do cérebro. Os sintomas incluem febre, dor, sensações de formigamento e de queimação, hidrofobia, agressão, confusão, e paralisia muscular. Uma vez que os sintomas são aparentes, a morte é geralmente inevitável27. O vídeo abaixo mostra uma gata de rua que sofre de raiva. Observe a agressividade, dificuldade em mover-se e confusão que ela exibe.
Os animais nos casos descritos anteriormente não foram vacinados por preocupação com o seu próprio bem, mas para proteger os interesses humanos e para prevenir a transmissão da raiva para os animais domesticados e para os humanos, ou para conservar populações de espécies em extinção. Entretanto, vacinar os animais selvagens contra a raiva os beneficia imensamente ao protegê-los contra essa terrível doença. O aprendizado que obtemos em nossa luta contínua contra a raiva pode ser utilizado em futuros programas de vacinação que visem promover o bem dos animais que vivem na natureza. Além disso, nosso sucesso nessa luta deveria inspirar o otimismo em relação aos esforços futuros de vacinação. A despeito das grandes dificuldades em vacinar os animais na natureza, conseguiu-se erradicar a raiva de mamíferos terrestres em grandes áreas do mundo, e foi diminuída vastamente a sua ocorrência em outras. Não há razão para se pensar que não podemos ter o mesmo sucesso em vacinar os animais na natureza contra outras doenças.
A brucelose é uma doença contagiosa causada por várias bactérias da família Brucella. Afeta o gado e outros ruminantes, como bisões e alces, bem como alguns animais marinhos e também os humanos. Os seus efeitos principais em animais não humanos são sobre o sistema reprodutor, causando infertilidade, abortos, nascimentos prematuros ou nascimentos de filhotes inaptos a sobreviver. Nos machos, também pode causar o inchaço dos testículos, e as bactérias podem entrar nas juntas e causar artrite28.
A brucelose prevalece entre alces selvagens e bisões que vivem na Área do Grande Yellowstone. Foi estimado que 12,5 mil alces e 2,5 mil bisões na área estejam infectados (10% e 50%, respectivamente)29. Dado que a brucelose pode ser transmitida de uma espécie à outras, os alces e bisões no Yellowstone agem como uma espécie “reservatório” para a brucelose. Para combater isso, uma vacina, RB51, foi desenvolvida para os bisões no Yellowstone. Não está claro em que medida exatamente os bisões sofrem de brucelose e se as vacinas que existem atualmente são eficazes o bastante30. Em qualquer caso, são necessárias mais pesquisas sobre os efeitos da brucelose no bem-estar dos bisões, e sobre possíveis intervenções (por exemplo, vacinação). Acredita-se que a brucelose pode ser transmitida para vacas em cativeiro, e para tranquilizar os pecuaristas, os oficiais do parque Yellowstone matam centenas de bisões a cada ano31. Se puder ser demonstrado que a transmissão da brucelose a partir de bisões não é uma ameaça para animais domesticados, ou se uma vacina eficaz puder ser desenvolvida, essas matanças iriam parar. Em ambos os casos, o sofrimento dos bisões seria significativamente reduzido.
A peste silvestre é uma doença infecciosa bacteriana que afeta roedores como os cães-da-pradaria. É causada pela bactéria Yersina pestis, a mesma bactéria que é responsável pela peste bubônica em humanos. Os efeitos devastadores da pandemia da “peste negra” nas populações humanas são familiares para quase todo mundo. Não tão familiares são as taxas de mortalidade de roedores selvagens que ainda sucumbem à peste silvestre. Os surtos entre os cães-da-pradaria podem alcançar a taxas de mortalidade próximas a 100%32. Os sintomas incluem febre, desidratação, baixa energia, falta de apetite, dificuldade de respirar, baço aumentado e gânglios linfáticos inchados33. 95% dos cães-da-pradaria morrem dentro de 78 horas após estarem infectados34.
Em 2019, na Dakota do Sul, a praga dizimou uma população de cães-da-pradaria e, desde então, tem afetado doninhas-de-patas-pretas, que são predadoras dos cães-da-pradaria. Uma imunização em massa de cães-da-pradaria foi conduzida, principalmente porque os humanos valorizam as doninhas que estavam em risco de infecção. Cães-da-pradaria demonstraram taxas de sobrevivência de mais de 95% daqueles infectados depois de terem sido vacinados35. Mesmo que o objetivo da vacinação tenha sido a proteção das doninhas, os cães-da-pradaria também se beneficiaram dela. Pelo menos, isto é, até que fossem predados pelas doninhas saudáveis.
Em 2017, biólogos em Montana começaram a distribuir as iscas de vacina oral utilizando drones. Isso os permitiu cobrirem muito mais áreas do que poderiam ser cobertas se as iscas tivessem sido distribuídas à mão. Com os drones, é possível vacinar 4.000 cães-da-pradaria em um único dia. O vídeo a seguir mostra um drone decolando:
O antraz é uma doença aguda e letal causada pela bactéria Bacillus anthracis. Quando expostas ao oxigênio, as bactérias formam esporos extremamente resistentes, capazes de sobreviver por anos no solo ou no pelo de um animal infectado. Os esporos entram no corpo por ingestão, inalação ou ferida aberta. Os herbívoros podem ingerir os esporos enquanto pastam. Uma vez infectados, os sintomas podem incluir febre alta, tremores musculares e dificuldade em respirar. Animais predadores podem se infectar comendo a carne de um animal infectado36. O antraz pode ter efeitos devastadores em animais que vivem na natureza. Os herbívoros selvagens são especialmente vulneráveis a surtos de antraz, com taxas de mortalidade entre 21% e 55% em hipopótamos e até 90% em impalas e cudos37. Um surto na Namíbia em 2017 matou mais de 100 hipopótamos38 e mais de 2.300 renas morreram em um surto na Sibéria em 201639. O vídeo abaixo é uma reportagem sobre os efeitos do surto de antraz nos hipopótamos da Namíbia.
Dado o alto risco de a doença se espalhar para os humanos, principalmente devido ao consumo de carne dos animais caçados, testes de imunização já foram realizados. Um programa piloto de vacinação foi desenvolvido para vacinar contra o antraz os animais tipicamente caçados nos chamados “parques de caça” africanos. Porquinhos-da-índia foram vacinados por via oral e subcutânea e desenvolveram níveis bem-sucedidos de resistência à infecção40. A vacinação demonstrou ser eficaz em rinocerontes-negros e guepardos41. Até agora, as vacinas foram dadas apenas aos animais selvagens considerados dignos de conservação. Por exemplo, o Kenyan Wildlife Service vacinou os rinocerontes-brancos e rinocerontes-negros raros após um surto de antraz entre búfalos no Parque Nacional Lake Nakuru42. Um surto em 2005-2006 matou 53 zebras-de-grevy. Para proteger as 650 zebras-de-grevy restantes no Quênia, as autoridades quenianas da vida selvagem as vacinaram utilizando dardos. Após a vacinação, não houve mais mortes de zebras43. Embora, por enquanto, as vacinas sejam distribuídas apenas para servir aos interesses humanos, não há razão para que esses programas de vacinação não possam ser estendidos a todos os animais que sofrem de antraz, independentemente de seu valor percebido para os humanos.
Existem outras doenças graves, mais frequentemente associadas aos humanos, que também causam muito sofrimento e morte para populações de animais selvagens. A hepatite B e o tétano são doenças comuns entre os gibões, junto com o sarampo e a raiva. Com o objetivo de reduzir o risco de transmissão de humanos para gibões e vice-versa, a Wild Animal Rescue Foundation da Tailândia recomenda a vacinação de gibões e de trabalhadores humanos para todas essas doenças44.
Em 2013, a Comissão Europeia apoiou uma proposta de vacinação de javalis, a fim de melhorar a saúde dos porcos domésticos. O surto de peste suína em 1997 resultou na morte de mais de 10 milhões de porcos. Uma vacina administrada por via oral dará imunidade preventiva a javalis e também pode ser usada para inoculações de emergência de porcos domesticados45.
Desde 1990, a estirpe do Zaire do vírus Ebola matou aproximadamente um terço da população mundial de gorilas, e aproximadamente a mesma proporção de chimpanzés46. Um estudo sugere que um surto em 2002 e 2003 matou mais de 5.000 gorilas47. Parece que a vacinação seria uma solução óbvia para combater essa doença. O procedimento de vacinação consiste do uso de iscas com vacina, como se utiliza nas vacinas contra a raiva, ou de dardos hipodérmicos.
Há mais interesse em tratar grandes primatas porque suas espécies são em geral altamente valorizadas, e também por causa de ameaças recentes à saúde humana que se espalharam pelo contato com primatas infectados ou pelo seu consumo por parte de humanos. Os outros animais podem não ter recebido a mesma atenção, mas poderiam ter sido tratados de maneira similar.
O ebola é uma doença terrível que causa um amplo leque de sintomas, incluindo febre, sangramento interno, fraqueza muscular, dificuldade de respirar e de engolir, vômitos e diarreia. Em humanos, é fatal em torno de 50% dos casos48. Em gorilas, a taxa de mortalidade pode chegar até 90%49. Uma campanha de vacinação eficaz reduziria significativamente o sofrimento e as mortes entre os animais vulneráveis ao ebola.
O Reino Unido é provavelmente o lugar onde a imunização de animais contra doenças é mais normalizada. A vacinação é amplamente implementada para proteger os animais de doenças como a gripe aviária ou a doença de Newcastle em aves. A despeito do nome, a doença de Newcastle tem se proliferado por muito tempo fora de Newcastle. Por exemplo, recentemente na China, 1.989 pavões foram vacinados no Parque de Animais Selvagens de Yunnan contra a gripe aviária e a doença de Newcastle50.
No Reino Unido, há um Banco de Vacinas e Antígenos, onde o governo mantém suplementos para serem utilizados em surtos potenciais, ou para serem empregues para fins de conservação, como para pinguins e papagaios. O Reino Unido também contribui para o Banco de Vacinas da União Européia para a Peste Suína Clássica, bem como para a alta prioridade do Banco de Antígenos para a Febre Aftosa, onde antígenos e vacinas são mantidos prontos para serem utilizados quando necessário51.
A tuberculose é uma doença ainda ativa que age contra indivíduos humanos e não humanos. Em 2011, uma vacina oral foi distribuída em iscas para javalis que vivem soltos, sob condições naturais de transmissão52. No Reino Unido, os texugos costumam portar a tuberculose, que pode se espalhar para vacas domesticadas. Infelizmente, o governo do Reino Unido implementou uma política de matar texugos em partes do Reino Unido, na tentativa de minimizar a propagação da doença. Desde 2013, 68.000 texugos foram mortos no Reino Unido53. Entretanto, os assassinatos são controversos. O National Trust, um grande proprietário de terras no Reino Unido com muitos inquilinos agricultores, não permite a morte de texugos em suas terras54. Em algumas áreas, os voluntários capturam, vacinam e liberam texugos, e pesquisas estão em andamento sobre uma vacina oral que não requereria prender os animais55. O vídeo abaixo mostra a vacinação de texugos selvagens.
Assim como os outros animais, os insetos sofrem de doenças. Por exemplo, borboletas sofrem de uma doença mortal chamada de “peste negra”, causada pelo vírus da poliedrose nuclear 56, e grilos e outros insetos são afetados pelo vírus da paralisia dos grilos57. Até recentemente, acreditava-se que a vacinação de insetos não era possível, porque os sistemas imunológicos dos insetos, apesar de serem similares em certos aspectos aos sistemas imunológicos dos mamíferos, não usam anticorpos. Pesquisas recentes na Universidade de Helsinki mostraram que é possível vacinar abelhas. Quando uma abelha rainha come algo que contém um agente patogênico, as moléculas características do agente patogênico são cercadas por uma proteína chamada vitelogenina. A vitelogenina carrega essas moléculas características até os ovos da rainha, onde agem como indutores para respostas imunes. Isso significa que podemos vacinar milhares de abelhas simplesmente vacinando a rainha. Pesquisas estão sendo feitas para se desenvolver uma vacina contra a cria pútrida americana, que é uma doença bacteriana que pode devastar colônias de abelhas58. O número total de insetos no mundo significa que o potencial que a vacinação tem de aumentar o bem-estar dos animais é muito grande.
Em alguns casos, não é possível impedir a propagação de uma doença por meio da vacinação dos animais e são necessárias outras medidas para detê-la. Esse é o caso, por exemplo, de doenças transmitidas por animais, como carrapatos ou insetos.
Uma maneira de impedir a propagação de uma doença seria matar os insetos que a portam, mas isso obviamente seria prejudicial para eles. Existem outras maneiras de reduzir as populações de insetos que não envolvem a matança de animais e que são na verdade mais bem-sucedidas. Isso pode ser feito esterilizando-os ou por meio de um tratamento que faz nascer mais machos do que fêmeas. Algumas pessoas podem pensar que isso é imoral, mas dificilmente esse poderia ser o caso, uma vez que a alternativa é a agonia e a morte que muitos animais enfrentariam por causa da doença, além da morte de uma grande quantidade dos próprios insetos devido à sua dinâmica populacional.
Uma técnica utilizada para esse fim, a esterilidade herdada, consiste em realocar em uma área-alvo os indivíduos de uma determinada espécie cujos descendentes serão estéreis59. Os machos são tratados de uma maneira que os leva a ter menos filhotes, a maioria dos quais será estéril. Isso também faz nascer mais machos do que fêmeas60.
A esterilização de insetos já foi realizada em escala global. Foi desenvolvida inicialmente na década de 194061 e vem evoluindo desde então.
Exemplos de usos bem-sucedidos dessa técnica são os seguintes:
Obviamente, isso pode ter algumas consequências para os processos naturais que ocorrem nessas áreas. No entanto, é amplamente assumido que vale a pena executar essas medidas, pois isso salvará as vidas de um grande número de humanos. Por se tratar de vidas humanas em jogo, essa medida é geralmente aceita como totalmente justificada. Devido ao viés especista existente, medidas como a vacinação e a esterilização de insetos são consideradas totalmente aceitáveis quando beneficiam os humanos, mas não quando ajudam apenas animais não humanos62. No entanto, como o especismo é moralmente injustificado, temos que rejeitar essa maneira de pensar.
A peste bovina era uma doença viral infecciosa que afetava vacas, búfalos, gnus, girafas, antílopes, javalis e outros ungulados. Os sintomas incluíam febre, perda de apetite, corrimento nasal e dos olhos, constipação seguida de diarreia aguda e erosões na boca, no revestimento do nariz e no trato genital. A taxa de mortalidade era alta, aproximando-se de 100% em populações anteriormente não expostas previamente à doença. A morte ocorria entre 6 e 12 dias após o primeiro início dos sintomas. Um surto na década de 1890 matou de 80 a 90% de todas as vacas no sul e leste da África.
Após uma longa e difícil campanha de vacinação, a Organização Mundial de Saúde Animal anunciou oficialmente a erradicação global da doença em junho de 2011. A peste bovina se tornou a segunda doença a ser completamente erradicada por humanos e a primeira a afetar animais não humanos. Embora os animais selvagens não tenham sido vacinados contra a peste bovina, sua erradicação foi de grande benefício para eles também. Por exemplo, a população de gnus no Serengeti em 1957 era de cerca de 100.000. A população foi mantida nesse nível baixo por causa da transmissão de peste bovina de vacas e novilhos a gnus. Em 1971, apenas 10 anos após a introdução da vacina contra a peste bovina, a população de gnus havia crescido para 770.00063. Os gnus, especialmente os recém-nascidos, eram muito vulneráveis à peste bovina. Sua erradicação salvou milhares de gnus do sofrimento e da morte, ainda que não intencionalmente, como efeito colateral da vacinação de animais domesticados.
A erradicação da varíola mostrou aos humanos que a doença não é uma parte essencial da vida – é simplesmente um problema técnico (muito difícil) e, por meio da cooperação e trabalho duro, podemos combatê-la e, assim, aumentar o bem-estar humano. A erradicação da peste bovina nos mostra que o mesmo é verdade no caso de doenças de animais não humanos. Com a motivação correta, financiamento, cooperação e esforço, podemos eliminar doenças que afetam animais não humanos. Os resultados obtidos até o momento mostram que isso é possível. A OIE já elaborou planos para eliminar a peste bovina ovina, uma doença relacionada que afeta os ruminantes menores, tanto os domesticados como cabras e ovelhas, quanto os selvagens como o antílope saiga64. 45 países se comprometeram a erradicar a doença até 203065.
Os exemplos acima mostram que os humanos têm a capacidade de melhorar drasticamente o bem-estar dos animais na natureza. Podemos tratar e curar doenças dolorosas como a sarna sarcóptica e a síndrome do nariz branco. Podemos vacinar os animais contra doenças horríveis, como o antraz, a raiva e até a peste. Temos até a capacidade de erradicar totalmente doenças de toda a superfície da terra. E essas habilidades só aumentarão à medida que aprendemos mais e desenvolvemos nossas tecnologias. O que faremos com essa habilidade? Por enquanto, somos motivados principalmente pelo interesse próprio e pelo desejo de conservar espécies ameaçadas, de modo que nossas intervenções não ajudam tantos animais quanto poderiam. Quando aprendermos a rejeitar o especismo, e associarmos nosso conhecimento e capacidade tecnológica à vontade de melhorar as vidas de todos os seres sencientes do planeta, nossas intervenções chegarão muito mais longe.
Para obter mais informações sobre as maneiras pelas quais podemos ajudar os animais, consulte nossa página sobre como ajudar os animais na natureza. Uma maneira de ajudar é ajudar os animais afetados por incêndios e outros desastres naturais.
Bovenkerk, B.; Stafleu, F.; Tramper, R.; Vorstenbosch, J. & Brom, F. W. A. (2003) “To act or not to act? Sheltering animals from the wild: A pluralistic account of a conflict between animal and environmental ethics”, Ethics, Place and Environment, 6, pp. 13-26.
Delahay, R. J.; Smith, G. C. & Hutchings, M. R. (2009) Management of disease in wild mammals, Dordrecht: Springer.
Galizi, R.; Doyle, L. A.; Menichelli, M.; Bernardini, F.; Deredec, A.; Burt, A.; Stoddard, B. L.; Winbichler, N. & Crisanti, A. (2014) “A synthetic sex ratio distortion system for the control of the human malaria mosquito”, Nature Communications, 5, 3977 [acessado em 23 de junho de 2014].
Harris, R. N. (1989) “Nonlethal injury to organisms as a mechanism of population regulation”, The American Naturalist, 134, pp. 835-847.
Holmes, J. C. (1995) “Population regulation: A dynamic complex of interactions”, Wildlife Research, 22, pp. 11-19.
Newton, I. (1998) Population limitations in birds, San Diego: Academic Press.
Ng, Y.-K. (1995) “Towards welfare biology: Evolutionary economics of animal consciousness and suffering”, Biology and Philosophy, 10, pp. 255-285.
Nussbaum, M. C. (2006) Frontiers of justice: Disability, nationality, species membership, Cambridge: Harvard University Press.
Saggese, K.; Korner-Nievergelt, F.; Slagsvold, T. & Amrhein, V. (2011) “Wild bird feeding delays start of dawn singing in the great tit”, Animal Behaviour, 81, pp. 361-365.
Schliekelman, P.; Ellner, S. & Gould, F. (2005) “Pest control by genetic manipulation of sex ratio”, Journal of Economic Entomology, 98, pp. 18-34.
Tomasik, B. (2015) “The importance of wild animal suffering”, Relations: Beyond Anthropocentrism, 3, pp. 133-152 [acessado em 03 de janeiro de 2016].
Tsiodras, S.; Korou, L.-M.; Tzani, M.; Tasioudi, K. E.; Kalachanis, K.; Mangana-Vougiouka, O.; Rigakos, G.; Dougas, G.; Seimenis, A. M. & Kontos, V. (2014) “Rabies in Greece; historical perspectives in view of the current re-emergence in wild and domestic animals”, Travel Medicine and Infectious Disease, 12, pp. 628-635.
Turner, J. W.; Liu, I. K. M.; Flanagan, D. R.; Rutberg, A. T. & Kirkpatrick, J. F. (2001) “Immunocontraception in feral horses: One inoculation provides one year of infertility”, Journal of Wildlife Management, 65, pp. 235-241.
Wobeser, G. A. (2005) Essentials of disease in wild animals, New York: John Wiley and Sons.
1 Hopkins, M. C. & Soileau, S. C. (2018) U.S. Geological Survey response to white-nose syndrome in bats: U.S. Geological Survey Fact Sheet 2018–3020, Reston: U.S. Geological Survey [acessado em 09 de setembro de 2019].
2 O’Neill, K. (2019) “Spraying bats with ‘good’ bacteria may combat deadly white nose syndrome”, Science News, July 15 [acessado em 09 de setembro de 2019].
3 Hoyt, J. R.; Langwig, K. E.; White, J. P.; Kaarakka, H. M.; Redell, J. A.; Parise, K. L.; Frick, W. F.; Foster, J. T. & Kilpatrick, A. M. (2019) “Field trial of a probiotic bacteria to protect bats from white-nose syndrome”, Scientific Reports, 9 [acessado em 09 de setembro de 2019].
4 Scheele, B. C.; Pasmans, F.; Skerratt, L. F.; Berger, L.; Martel, A.; Beukema, W.; Acevedo, A. A.; Burrowes, P. A.; Carvalho, T.; Catenazzi, A.; De la Riva, I.; Fisher, M. C.; Flechas, S. V.; Foster, C. N.; Frías-Álvarez, P.; Garner, T. W. J.; Gratwicke, B.; Guayasamin, J. M.; Hirschfeld, M.; Kolby, J. E.; Kosch, T. A.; La Marca, E.; Lindenmayer, D. B.; Lips, K. R.; Longo, A. V.; Maneyro, R.; McDonald, C. A.; Mendelson, J.; III; Palacios-Rodriguez, P.; Parra-Olea, G.; Richards-Zawacki, C. L.; Rödel, M.-O.; Rovito, S. M.; Soto-Azat, C.; Toledo, L. F.; Voyles, J.; Weldon, C.; Whitfield, S. M.; Wilkinson, M.; Zamudio, K. R. & Canessa, S. (2019) “Amphibian fungal panzootic causes catastrophic and ongoing loss of biodiversity”, Science, 363, pp. 1459-1463.
5 Whittaker, K. & Vredenburg, V. (2011) “An overview of chytridiomycosis”, Amphibiaweb, 17 May [acessado em 09 de setembro de 2019].
6 Kueneman, J. G., Woodhams, D.C., Harris, R., Archer, H. M., Knight, R. & McKenzie, J. (2016) “Probiotic treatment restores protection against lethal fungal infection lost during amphibian captivity”, Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, 283 (1839) [acessado em 09 de setembro de 2019].
7 Hill, A. J.; Leys, J. E.; Bryan, D.; Erdman, F. M.; Malone, K. S. & Russell, G. N. (2018) “Common cutaneous bacteria isolated from snakes inhibit growth of Ophidiomyces ophiodiicola”, EcoHealth, 15, pp. 109-120.
8 El Khoury, S.; Rousseau, A.; Lecoeur, A.; Cheaib, B.; Bouslama, S.; Mercier, P.; Demey, V.; Castex, M.; Giovenazzo, P. & Derome, N. (2018) “Deleterious interaction between Honeybees (Apis mellifera) and its microsporidian intracellular parasite Nosema ceranae was mitigated by administrating either endogenous or allochthonous gut microbiota strains”, Frontiers in Ecology and Evolution, 23 May [acessado em 09 de setembro de 2019].
9 Forschungsverbund, B. (2019) “Environmentally friendly control of common disease infecting fish and amphibians”, ScienceDaily, July 1 [acessado em 09 de setembro de 2019].
10 Department of Primary Industries, Parks, Water and Environment (Tasmania) (2017) “Wombat mange FAQs”, Wildlife Management [acessado em 09 de setembro de 2019].
11 Ibid.
12 Spring, A. (2019) “‘Significant suffering’: Experts call for national plan to save wombats from mange”, The Guardian, Mon 17 Jun [acessado em 09 de setembro de 2019].
13 Ibid.
14 Steck, F.; Wandeler, A.; Bichsel, P.; Capt, S.; Häfliger, U. & Schneider, L. (1982) “Oral immunization of foxes against rabies. Laboratory and field studies”, Comparative Immunology, Microbiology and Infectious Diseases, 5, pp. 165-171.
15 The procedure of oral vaccination of foxes is described here: Department for Environment, Food and Rural Affairs (2010) Vaccination as a control tool for exotic animal disease: Key considerations, London: Department for Environment, Food and Rural Affairs [acessado em 23 de agosto de 2013].
16 Baer, G. M.; Abelseth, M. K. & Debbie, J. G. (1971) “Oral vaccination of foxes against rabies”, American Journal of Epidemiology, 93, pp. 487-490.
17 Hanlon, C. A.; Niezgoda, M.; Hamir, A. N.; Schumacher, C.; Koprowski, H. & Rupprecht, C. E. (1998) “First North American field release of a vaccinia-rabies glycoprotein recombinant virus”, Journal of Wildlife Diseases, 34, pp. 228-239.
18 Hanlon, C. A. & Rupprecht, C. E. (1998) “The reemergence of rabies”, in Scheld, D.; Armstrong, J. M.; Hughes, J. B. (eds.) Emerging infections I, Washington, D. C.: ASM Press, pp. 59-80.
19 Rosatte, R.; Donovan, D.; Allan, M.; Howes, L. A.; Silver, A.; Bennett, K.; MacInnes, C.; Davies, C.; Wandeler, A. & Radford, B. (2001) “Emergency response to raccoon rabies introduction into Ontario”, Journal of Wildlife Diseases, 37, pp. 265-279.
20 Robbins, A. H.; Borden, M. D.; Windmiller, B.S.; Niezgoda, M.; Marcus, L. C.; O’Brien, S. M.; Kreindel, S. M.; McGuill, M. W.; DeMaria, A., Jr.; Rupprecht, C. E. & Rowell, S. (1998) “Prevention of the spread of rabies to wildlife by oral vaccination of raccoons in Massachusetts”, Journal of the American Veterinary Medical Association, 213, pp. 1407-1412.
21 Fearneyhough, M. G.; Wilson, P. J.; Clark, K. A.; Smith, D. R.; Johnston, D. H.; Hicks, B. N. & Moore, G. M. (1998) “Results of an oral rabies vaccination program for coyotes”, Journal of the American Veterinary Medical Association, 212, pp. 498-502.
22 MacInnes, C. D. & LeBer, C. A. (2000) “Wildlife management agencies should participate in rabies control”, Wildlife Society Bulletin, 28, pp. 1156-1167. MacInnes, C. D.; Smith, S. M.; Tinline, R. R.; Ayers, N. R.; Bachmann, P.; Ball, D. G. A.; Calder, L. A.; Crosgrey, S. J.; Fielding, C.; Hauschildt, P.; Honig, J. M.; Johnston, D. H.; Lawson, K. F.; Nunan, C. P.; Pedde, M. A.; Pond, B.; Stewart, R. B. & Voigt, D.R. (2001) “Elimination of rabies from red foxes in eastern Ontario”, Journal of Wildlife Diseases, 37, pp. 119-132.
23 Slate, D.; Rupprecht, C. E.; Rooney, J. A.; Donovan, D.; Lein, D. H. & Chipman, R.B. (2005) “Status of oral rabies vaccination in wild carnivores in the United States”, Virus Research, 111, pp. 68-76.
24 Cleaveland, S.; Kaare, M.; Tiringa, P.; Mlengeya, T. & Barrat, J. (2003) “A dog rabies vaccination campaign in rural Africa: impact on the incidence of dog rabies and human dog-bite injuries”, Vaccine, 21, pp. 1965-1973. Kitala, P. M.; McDermott, J. J.; Coleman, P. G. & Dye, C. (2002) “Comparison of vaccination strategies for the control of dog rabies in Machakos District, Kenya”, Epidemiology and Infection, 129, pp. 215-222.
25 Childs, J. E.; Robinson, L. E.; Sadek, R.; Madden, A.; Miranda, M. E. & Miranda, N. L. (1998) “Density estimates of rural dog populations and an assessment of marking methods during a rabies vaccination campaign in the Philippines”, Preventive Veterinary Medicine, 33, pp. 207-218. Pal, S. K. (2001) “Population ecology of free-ranging urban dogs in West Bengal, India”, Acta Theriologica, 46, pp. 69-78.
26 Carrington, D. (2018) “Ethiopia deploys hidden rabies vaccine in bid to protect endangered wolf”, The Guardian, Wed 22 Aug [acessado em 04 de setembro de 2019].
28 World Organisation for Animal Health (2019) “Brucellosis”, oie.int [acessado em 07 de setembro de 2019].
29 United States Animal Health Association (2006) Enhancing brucellosis vaccines, vaccine delivery, and surveillance diagnostics for elk and bison in the Greater Yellowstone Area: A technical report from a working symposium held August 16-18, 2005 at the University of Wyoming, Laramie: The University of Wyoming Haub School and Ruckelshaus Institute of Environment and Natural Resources [acessado em 28 de novembro de 2019].
30 Buffalo Field Campaign (2016) “Yellowstone bison and brucellosis: Persistent mythology”, buffalofieldcampaign.org [acessado em 07 de setembro de 2019].
31 Bryan, C. (2016) “Yellowstone will close off park to conduct secret slaughter”, The Dodo, 02/03/2016 [acessado em 08 de setembro de 2019].
32 Abbott, R. C. & Rocke, T. E. (2012) Plague: U.S. Geological Survey circular 1372, Madison: National Wildlife Health Center p. 24, 39 [acessado em 07 de setembro de 2019].
33 PetMD (2019) “Plague infection in prairie dogs”, petmd.com [acessado em 07 de setembro de 2019].
34 Prairie Dog Coalition (2018) Prairie dogs, people and plague, Boulder: The Humane Society of the United States [acessado em 07 de setembro de 2019].
35 Leggett, H. (2009) “Plague vaccine for prairie dogs could save endangered ferret”, Wired, 08.04.09 [acessado em 25 de julho de 2013].
36 World Organisation for Animal Health (2019) “Anthrax”, oie.int [acessado em 08 de setembro de 2019].
37 Driciru, M.; Rwego, I. B.; Asiimwe, B.; Travis, D. A.; Alvarez, J.; VanderWaal, K. & Pelican, K. (2018) “Spatio-temporal epidemiology of anthrax in Hippopotamus amphibious in Queen Elizabeth Protected Area, Uganda”, PLOS ONE, 13 (11) [acessado em 08 de setembro de 2019].
38 BBC News (2017) “Namibia: More than 100 hippos die in suspected anthrax outbreak”, BBC News, 9 October [acessado em 08 de setembro de 2019].
39 Luhn, A. (2016) “Anthrax outbreak triggered by climate change kills boy in Arctic Circle”, The Guardian, 1 Aug [acessado em 08 de setembro de 2019].
40 Rengel, J. & Böhnel, H. (1994) “Vorversuche zur oralen Immunisierung von Wildtieren gegen Milzbrand”, Berliner und Münchener tierärztliche Wochenschrift, 107, pp. 145-149.
41 Turnbull, P. C. B.; Tindall, B. W.; Coetzee, J. D.; Conradie, C. M.; Bull, R. L.; Lindeque, P. M. & Huebschle, O. J. B. (2004) “Vaccine-induced protection against anthrax in cheetah (Acinonyx jubatus) and black rhinoceros (Diceros bicornis)”, Vaccine, 22, pp. 3340-3347.
42 Chebet, C. (2019) “Vaccinations of rhinos begins after anthrax reports”, Standard, 08th Apr [acessado em 08 de setembro de 2019].
43 Ndeereh, D.; Obanda, V.; Mijele, D. & Gakuya, F. (2012) “Medicine in the wild: Strategies towards healthy and breeding wildlife populations in Kenya”, The George Wright Forum, 29, pp. 100-108 [acessado em 22 de outubro de 2019].
44 Wild Animal Rescue Foundation of Thailand (2007) “Information”, warthai.org [acessado em 05 de julho de 2013].
45 He, T. (2010) “1,989 peacocks vaccinated in Yunnan Wild Animal Park”, Kunming, 2010-11-26.
46 Torres, E. (2012) “Should we vaccinate wild apes?”, February 16 [accessed on 2 July 2013]. Ryan S. J & Walsh, P. D. (2011) “Consequences of non-intervention for infectious disease in African great apes”, PLOS ONE, 6 (12) [acessado em 05 de setembro de 2019].
47 Bermejo, M.; Rodríguez-Teijeiro, J. D.; Illera, G.; Barroso, A.; Vilà, C. & Walsh, P. D. (2006) “Ebola outbreak killed 5,000 gorillas”, Science, 314, p. 1564 [acessado em 03 de novembro de 2019].
48 World Health Organisation (2019) “Ebola virus disease”, who.int, 30 May [acessado em 05 de setembro de 2019].
49 Wildlife Conservation Society (2019) “Study: Community-based wildlife carcass surveillance is key for early detection of Ebola virus in Central Africa”, WCS Newsroom, August 28 [acessado em 05 de setembro de 2019].
50 He, T. (2010) “1,989 peacocks vaccinated in Yunnan Wild Animal Park”, op. cit.
51 Department for Environment, Food and Rural Affairs (2010) Vaccination as a control tool for exotic animal disease: Key considerations, op. cit.
52 Garrido, J. M.; Sevilla; I. A.; Beltrán-Beck, B.; Minguijón, E.; Ballesteros, C.; Galindo, R. C.; Boadella, M.; Lyashchenko, K. P.; Romero, B.; Geijo, M. V.; Ruiz-Fons, F.; Aranaz, A.; Juste, R. A.; Vicente, J.; de la Fuente, J. & Gortázar, C. (2011) “Protection against tuberculosis in Eurasian wild boar vaccinated with heat-inactivated Mycobacterium bovis”, PlOS ONE, 6 (9) [acessado em 19 de julho de 2013].
53 Doward, J. (2019) “Thousands more badgers face cull as number of killing zones surges”, The Guardian, Sat 7 Sep [acessado em 08 de setembro de 2019].
54 National Trust (2015) “Our view on badgers and bovine TB”, nationaltrust.org.uk [acessado em 08 de setembro de 2019].
55 Dalton, J. (2018) “Badger culling: How much does it cost and is it really working?”, Independent, 13 November.
56 Save Our Monarchs (2018) “Common monarch ailments 101”, saveourmonarchs.org, 8/7/2018 [acessado em 08 de setembro de 2019].
57 Reinganum, C.; O’Loughlin, G. T. & Hogan, T. W. (1970) “A nonoccluded virus of the field crickets Teleogryllus oceanicus and T. commodus (Orthoptera: Gryllidae)”, Journal of Invertebrate Pathology, 16, pp. 214-220.
58 Raukko, E. (2018) “The first ever insect vaccine PrimeBEE helps bees stay healthy”, helsinki.fi, 31.10.2018 [acessado em 08 de setembro de 2019].
59 Dyckn, V. A.; Hendrichs, J. & Robinson, A. S. (eds.) (2005) Sterile insect technique, Dordrecht: Springer. Parker, A. & Mehta, K. (2007) “Sterile insect technique: A model for dose optimization for improved sterile insect quality”, Florida Entomologist, 90, pp. 88-95 [accessed on 12 October 2019]. Alphey, L.; Benedict, M.; Bellini, R.; Clark, G. G.; Dame, D. A.; Service, M. W. & Dobson, S. L. (2010) “Sterile-insect methods for control of mosquito-borne diseases: An analysis”, Vector-Borne and Zoonotic Diseases, 10, pp. 295-311 [acessado em 13 de outubro de 2019].
60 Gemmell, N. J.; Jalilzadeh, A.; Didham, R. K.; Soboleva, T. & Tompkins, D. M. (2013) “The Trojan female technique: A novel, effective and humane approach for pest population control”, Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, 280 [acessado em 31 de agosto de 2018].
61 Esse método foi inicialmente implementado para combater parasitismo e tem sido utilizado para esse fim desde então. Foi aplicado no caso da mosca-varejeira .(Cochliomyia hominivorax) em locais que incluem os EUA (Florida and Texas), América Central, Antilhas Holandesas e Líbia.
62 See Loftin, R. W. (1985) “The medical treatment of wild animals”, Environmental Ethics, 7, pp. 231-239.
63 Alcott, D. (2018) “How a cattle vaccine helped save giraffes”, That’s Life [Science], 2018-10-15 [acessado em 09 de setembro de 2019].
64 Blakemore, E. (2017) “A quarter of the world’s Saiga antelope are dead”, Smithsonian.com, February 9 [acessado em 09 de setembro de 2019].
65 World Organisation for Animal Health (2018) “Countries reaffirm political will to globally eradicate Peste des petits ruminants”, oie.int, 7 September [acessado em 09 de setembro de 2019].