29 de março marca o 9º Dia Mundial pelo Fim da Pesca e da Aquicultura. Os animais aquáticos representam o maior número de seres vivos mortos por humanos a cada ano. Estimativas indicam que dezenas de trilhões de indivíduos, incluindo peixes, crustáceos e cefalópodes, são capturados e mortos anualmente. Este é um momento para refletirmos sobre essa tragédia e como podemos enfrentá-la. Vamos também esclarecer algumas dúvidas sobre essas questões através destas Perguntas Frequentes.
Você já percebeu que os animais aquáticos recebem muito menos atenção do que os animais terrestres? Isso se reflete tanto na pesquisa científica quanto no cotidiano. Embora oceanos, lagos e rios cubram a maior parte do planeta, raramente pensamos nas experiências e sentimentos dos animais que vivem nesses ambientes. No entanto, existem fortes evidências de que muitos desses animais são capazes de sentir e sofrer, assim como os animais terrestres com os quais estamos mais familiarizados.
Compreender essas questões nos ajuda a perceber como nossas ações e omissões afetam bilhões de indivíduos e o que podemos fazer de forma diferente para reduzir seu sofrimento.
Durante muito tempo, acreditava-se que apenas os humanos eram capazes de sentir. No entanto, a ciência provou que essa ideia está errada. Em 2012, um grupo de cientistas oficializou o consenso científico sobre a senciência dos animais não humanos ao assinar a Declaração de Cambridge sobre a Consciência.1 Essa declaração afirma que muitos animais não humanos possuem as estruturas cerebrais necessárias para a consciência, o que significa que podem sentir dor e prazer. Mais recentemente, em 2024, a Declaração de Nova York sobre a Consciência Animal reconheceu que todos os vertebrados (incluindo os peixes) e muitos invertebrados (incluindo os animais aquáticos) provavelmente têm experiências conscientes.2
Considere isto:
Se esses animais são capazes de sentir dor, prazer, medo ou conforto, então o que acontece com eles importa para eles. Os humanos causam um enorme sofrimento a esses animais por meio da pesca, poluição, destruição de habitats e outras atividades. Muitas dessas agressões poderiam ser reduzidas ou evitadas com mudanças relativamente pequenas no nosso comportamento.
Embora não possamos experimentar diretamente o que outro ser sente, os cientistas buscam sinais específicos:
Sinais comportamentais:
·⠀Evitam situações que possam causar dor
·⠀Buscam experiências prazerosas
·⠀Demonstram atenção especial a áreas feridas do corpo
·⠀Aprendem com experiências passadas para evitar danos futuros
·⠀Exploram seu ambiente de maneiras que demonstram possuírem curiosidade
·⠀Mudam de comportamento ao receber analgésicos
Por exemplo, muitos peixes evitarão ativamente lugares onde foram machucados antes.3 Isso não é apenas uma reação automática – eles estão mostrando sinais de lembrar de uma experiência negativa e tomando uma decisão com base nessa memória. Tais comportamentos sugerem que esses indivíduos estão vivenciando algo subjetivamente, não apenas reagindo automaticamente.
Sinais físicos:
·⠀Embora os sistemas nervosos de muitos animais aquáticos sejam muito diferentes dos humanos, eles têm algo em comum: um sistema nervoso centralizado com cérebros ou gânglios nervosos, que é onde as experiências conscientes são geradas. Isso inclui cefalópodes como polvos e crustáceos como camarões
·⠀Peixes, moluscos e crustáceos possuem nociceptores, que são receptores nervosos especializados na detecção de estímulos nocivos
·⠀Muitos animais aquáticos produzem substâncias naturais que bloqueiam a dor
A presença dessas características seria difícil de explicar se os animais não fossem capazes de sentir.
Por muito tempo, cientistas acreditaram que o neocórtex (uma parte do cérebro dos mamíferos) era essencial para experiências conscientes. Como os peixes não possuem essa estrutura, muitos presumiram que eles não sentiam dor.
No entanto, pesquisas mais recentes mostram que essa suposição estava errada.4 Peixes têm outras estruturas cerebrais que cumprem funções semelhantes.5 Isso é comparável ao fato de que, embora os peixes não tenham pulmões como os humanos, eles utilizam as brânquias para extrair oxigênio da água – um órgão diferente que desempenha a mesma função essencial.
O consenso científico atual é de que os peixes podem sentir dor, mesmo sem um neocórtex.
Além disso, os peixes demonstram habilidades que parecem exigir consciência e experiências subjetivas:
·⠀Memória: Alguns peixes podem se lembrar de experiências negativas por quase um ano. Alguns peixes evitam redes por até 11 meses após serem capturados, enquanto salmões e carpas evitam anzóis por até um ano após serem capturados.
·⠀Resolução de problemas: Peixes como ciclídeos e arraias de água doce podem resolver problemas complexos, demonstrando pensamento flexível.
·⠀Comunicação: Muitos peixes usam sinais visuais, sons e sinais químicos para se comunicarem. Os bagres produzem sons para falar com outros bagres, enquanto os peixes tropicais usam exibições visuais para estabelecer hierarquias em seus grupos sociais.
Muitos invertebrados aquáticos (animais sem espinha dorsal) também mostram fortes sinais de senciência. Vamos dar uma olhada em alguns grupos principais.
Crustáceos (caranguejos, lagostas, camarões, krill)
·⠀Eles têm nociceptores (receptores de dor) e regiões cerebrais que processam sinais de dor6
·⠀Camarões prestam atenção especial às áreas lesionadas de seus corpos
·⠀Seus comportamentos mostram que eles podem se adaptar a diferentes situações para buscar experiências positivas e evitar as prejudiciais
·⠀Um relatório científico da London School of Economics encontrou evidências suficientes de senciência para que o Reino Unido incluísse crustáceos em sua Lei de Bem-Estar Animal de 20227
Moluscos cefalópodes (polvos, lulas, chocos)
·⠀Esses animais têm os sistemas nervosos mais complexos de todos os invertebrados
·⠀Seus cérebros têm áreas especializadas para processar diferentes tipos de informações sensoriais
·⠀Eles têm cerca de 500 milhões de células em seu sistema nervoso central
·⠀Essa complexidade permite que eles aprendam, resolvam problemas e demonstrem o que parece ser planejamento
·⠀Quando feridos, eles mostram respostas imediatas e desenvolvem sensibilidade de longo prazo ao toque
·⠀Os polvos dão atenção especial às áreas feridas por longos períodos
Outros moluscos (amêijoas, caracóis, lesmas do mar)
·⠀Mesmo com sistemas nervosos mais simples, muitos têm nociceptores que parecem funcionar de forma semelhante aos dos mamíferos
·⠀Eles podem fazer mudanças comportamentais de longo prazo para evitar danos futuros
·⠀Eles demonstram aprendizagem associativa – eles podem conectar certas situações com experiências negativas e ajustar seu comportamento
Considere isto:
Muitos caranguejos e lagostas são fervidos vivos enquanto estão totalmente conscientes. Leva vários minutos para eles perderem a consciência enquanto estão sendo fervidos. Eles mostram sinais de sofrimento neste processo, como se debater, lutar para escapar e perder membros.
Existem vários motivos para isso:
·⠀Não vemos esses animais com tanta frequência em nossas vidas diárias
·⠀Seus ambientes são muito diferentes dos nossos
·⠀Eles geralmente parecem e se comportam de forma muito diferente de nós
·⠀É mais difícil observar seu comportamento e reações
·⠀Há uma falta generalizada de conhecimento sobre a senciência de peixes e outros animais aquáticos
·⠀Práticas culturais como a pesca esportiva são romantizadas e normalizam a matança desses animais
Essa falta de atenção significa menos pesquisa sobre suas experiências e menos preocupação com seu sofrimento. No entanto, o fato de termos menos relacionamento com eles não significa que eles não possam sentir o que está acontecendo com eles.
Considere isto:
Se um cão fosse tratado da maneira como tratamos peixes ou lagostas — sendo fisgado pela boca ou sendo cozido vivo — a maioria das pessoas consideraria isso um absurdo.
Os números são assustadores. Enquanto cerca de 80 bilhões de animais terrestres (como vacas, porcos e galinhas) são mortos anualmente para alimentação, os animais aquáticos são mortos em números muito mais elevados:
·⠀Entre 1,1 e 2,2 trilhões de peixes são mortos a cada ano8
·⠀Somente as fazendas de peixes matam entre 78-171 bilhões de peixes com barbatanas anualmente9
·⠀As fazendas de peixes também matam entre 255-604 bilhões de crustáceos (caranguejos, camarões, etc.) anualmente10
É difícil obter números exatos porque as estatísticas da indústria pesqueira são tipicamente medidas em toneladas em vez de contar quantos indivíduos são mortos Mas mesmo os números aproximados nos mostram a magnitude da terrível situação desses animais.
Os camarões são de longe os animais que são mortos em maior número:
·⠀Aproximadamente 25 TRILHÕES de camarões selvagens são capturados anualmente
·⠀Cerca de 440 BILHÕES de camarões são mortos em fazendas a cada ano
Para colocar isso em perspectiva, o número de camarões cultivados é:
·⠀2,2 vezes o número de peixes cultivados
·⠀2,7 vezes o número de insetos cultivados
·⠀6,9 vezes o número de galinhas cultivadas
E o número de camarões capturados na natureza é cerca de 57 vezes superior ao número de camarões criados em fazendas.
Todos os métodos de pesca causam imenso sofrimento aos animais aquáticos.
Pesca de arrasto
Grandes redes são arrastadas pelo fundo do oceano. Conforme são puxados pela água, os peixes sofrem ferimentos quando seus corpos são arrastados sobre pedras e detritos, resultando em ferimentos, perda de escamas e nadadeiras quebradas. Os corpos moles dos cefalópodes (polvos, lulas) são especialmente propensos a ferimentos e abrasões, e as conchas das lagostas podem rachar e suas antenas podem quebrar quando são arrastadas pelo fundo do mar. Quando peixes e crustáceos de águas profundas são rapidamente puxados para a superfície em redes, eles sofrem rápidas mudanças de pressão que podem fazer com que seus órgãos estourem, resultando em uma morte dolorosa. Aqueles que sobrevivem geralmente morrem por asfixia, sendo esmagados ou por métodos violentos de matança, como espancamento até a morte.
Pesca com rede de cerco
Este método tem como alvo animais próximos à superfície da água. Redes são arrastadas para frente, prendendo todos em seu caminho. Os animais passam por estresse extremo e frequentemente sofrem ferimentos, especialmente em áreas sensíveis como as guelras dos peixes. Conforme a rede se fecha como uma bolsa e aperta, os animais são esmagados uns contra os outros, causando mais ferimentos e sofrimento antes de serem puxados a bordo.
Rede de emalhar
Essas são redes de malha fina que são deixadas flutuando na água. Elas capturam indiscriminadamente todos os animais que estão lá. Golfinhos, tartarugas marinhas e tubarões podem ficar presos em uma dessas redes por dias. Os animais ali presos lutam desesperadamente para se libertar, causando cortes e ferimentos em seus corpos. Muitos passam por sufocamento, exaustão e estresse extremo antes de morrerem ou serem puxados a bordo de embarcações de pesca.
Pesca de palangre
Essa técnica usa milhares de anzóis deixados na água por longos períodos. Os animais que mordem a isca ou são pegos acidentalmente sofrem com a pele rasgada na boca e no corpo, fraturas e sangramento interno dos anzóis. Eles passam por sofrimento prolongado enquanto estão presos, incapazes de escapar enquanto lutam contra os anzóis que perfuram seus corpos, geralmente por horas ou dias.
As fazendas aquáticas (também chamadas de aquicultura) também geram enorme sofrimento aos animais aquáticos.
Os métodos comuns de abate em fazendas incluem:
·⠀Sufocamento: Simplesmente remover peixes da água, fazendo com que suas guelras entrem em colapso (pode levar de minutos a horas para que morram)
·⠀Resfriamento vivo: Colocar os animais vivos, como peixes ou camarões, em uma pasta de gelo até que congelem ou sufoquem (um processo que pode levar horas)
·⠀Atordoamento: Usar eletricidade para supostamente deixar peixes inconscientes antes de matá-los (em geral eles ficam paralisados, mas totalmente conscientes)
Em fazendas aquáticas, os animais sofrem com superlotação extrema e má qualidade da água. Isso causa altos níveis de estresse (mensuráveis pelo aumento do hormônio cortisol), que pode desencadear comportamento agressivo e automutilação (como comer seus próprios membros). Tudo isso pode levar ao enfraquecimento de seus sistemas imunológicos e promover a disseminação de doenças.
Alguns peixes de fazenda, como salmão e truta arco-íris, passam por modificações genéticas, como triploidia forçada. A triploidia forçada é uma modificação genética que lhes dá três conjuntos de cromossomos em vez dos dois normais, o que aumenta sua capacidade reprodutiva. No entanto, essa modificação causa problemas de saúde substanciais. Por exemplo, pode levar à diminuição da capacidade respiratória, diminuição da expectativa de vida e vários outros problemas de saúde que os afetam durante toda a vida.11
Em muitas fazendas de camarão, uma prática comum é a “ablação do pedúnculo ocular”, onde as fêmeas têm seus olhos removidos ou esmagados porque isso as faz se reproduzir mais rápido. Depois disso, os camarões mostram comportamentos de dor, como esfregar feridas e fazer movimentos nervosos.12
Em algumas fazendas e restaurantes, as garras de caranguejos e lagostas são frequentemente arrancadas, o que pode causar estresse fisiológico e maiores taxas de infecção. Às vezes, elas são contidas com elásticos apertados, o que causa atrofia muscular e os impede de comer corretamente.
Os animais aquáticos enfrentam muitas fontes naturais de sofrimento. Algumas delas são:
Doenças
·⠀Infecções bacterianas como a columnaris podem causar lesões na pele, ulceração e dificuldade para nadar em alguns peixes
·⠀Doenças virais como septicemia hemorrágica causam hemorragia interna e morte dos peixes
·⠀Na natureza, não há lugar para o indivíduo se recuperar com segurança ao lidar com doenças
Desafios ambientais
·⠀Animais de sangue frio são particularmente vulneráveis a mudanças bruscas de temperatura
·⠀Tempestades e tsunamis podem causar ferimentos e dificultar encontrar comida
·⠀Lagostas em águas mais quentes são mais propensas a doenças de casco
Predação
·⠀O medo constante de predadores causa estresse mental e físico
·⠀Os animais que sobrevivem aos ataques iniciais geralmente sofrem ferimentos graves, como lacerações e fraturas
·⠀Alguns animais aquáticos podem regenerar partes do corpo. Entretanto, ferimentos graves geralmente significam uma morte lenta e dolorosa – ou viver o resto da vida com dores crônicas severas
Alta mortalidade juvenil
·⠀A maioria dos animais aquáticos produz uma enorme quantidade de descendentes – entretanto poucos sobrevivem
·⠀Um único salmão pode pôr 20.000 ovos, enquanto o bacalhau e o atum podem produzir milhões de descendentes
·⠀Em populações estáveis, apenas um descendente por progenitor normalmente sobrevive até a idade adulta
·⠀A maioria morre de frio, doença, predação ou fome sem nunca comer uma única refeição
Aqui estão alguns exemplos de ações concretas que qualquer pessoa pode fazer:
Ações individuais
1. Parar de consumir animais aquáticos
– A maneira mais direta de ajudar é parar de comer peixes, camarões e outros animais aquáticos. Cada vez que você escolhe alternativas baseadas em plantas, você está reduzindo a demanda por práticas que causam imenso sofrimento.
– Pesquisar opções de frutos do mar à base de plantas, cada vez mais disponíveis no mercado.
2. Educar-se e conscientizar outras pessoas
– Compartilhe informações sobre a senciência dos animais aquáticos com amigos e familiares. Muitas pessoas simplesmente não sabem que peixes e invertebrados aquáticos podem sentir dor ou passar por estresse.
– Questionar a romantização da pesca e corrigir mitos sobre a capacidade desses animais de sofrer.
– Utilizar redes sociais para disseminar informação -não apenas no Dia Mundial pelo Fim da Pesca- mas diariamente.
3. Combater a desinformação
– Quando você ouvir alguém dizer “peixes não sentem dor” ou “camarões são simples demais para sofrer”, corrija-os educadamente com evidências científicas.
– Aponte o padrão duplo em como tratamos animais aquáticos em comparação com animais terrestres (aceitaríamos um cachorro sendo fisgado pela boca ou fervido vivo?).
Apoio a iniciativas maiores
1. Apoiar organizações que defendem os animais aquáticos
– Doe e seja voluntário em organizações focadas especificamente em acabar com a pesca, a criação de peixes e que procuram encontrar maneiras de ajudar os animais aquáticos.
– Compartilhe postagens de organizações que trabalham para acabar ou impedir a disseminação da exploração de animais aquáticos e outras práticas prejudiciais, como mineração em alto mar.
2. Defender legislações protetivas
– Apoiar projetos de lei e políticas que reconheçam a senciência dos animais aquáticos e forneçam proteções legais. A inclusão de crustáceos no Animal Welfare Act do Reino Unido é um exemplo de progresso.
– Apoiar esforços para proibir novas formas de exploração de animais aquáticos, como as fazendas de polvo.
3. Investir em pesquisa
– Apoie pesquisas científicas não invasivas que promovam nossa compreensão da senciência e do sofrimento dos animais aquáticos.
– Apoie pesquisas para ajudar animais aquáticos que sofrem em decorrência de danos naturais.
– Ajude a financiar organizações que trabalham para desenvolver alternativas à pesca e à aquicultura.
Lembre-se de que o objetivo não é tornar a pesca ou a criação de peixes “práticas mais humanas”, mas acabar com essas atividades por completo. Todo ser senciente tem interesse em evitar a dor e continuar a viver. Quando reconhecemos os animais aquáticos como indivíduos com suas próprias experiências, em vez de recursos, o caminho ético se torna claro: devemos parar de machucá-los.
Suas escolhas individuais importam, especialmente quando aliadas a ações que promovem mudanças sistêmicas. Ao equilibrar o impacto pessoal com a defesa de transformações sociais e políticas, podemos ajudar a reduzir o imenso sofrimento infligido a trilhões de seres sencientes a cada ano.
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1 Low, P.; Panksepp, J.; Reiss, D.; Edelman, D.; Van Swinderen, B. & Koch, C. (2017 [2012]) “La Declaración de Cambridge sobre la Consciencia”, Ética Animal [referencia: 7 de marzo de 2025].
2 Andrews, K.; Birch, J.,; Sebo, J. & Sims, T. (2024) “Background to the New York Declaration on Animal Consciousness”, nydeclaration.com [referencia: 22 de marzo de 2025].
3 Dunlop, R.; Millsopp, S. & Laming, P. (2006) “Avoidance learning in goldfish (Carassius auratus) and trout (Oncorhynchus mykiss) and implications for pain perception”, Applied Animal Behaviour Science, 97, pp. 255-271.
4 Braithwaite, V. (2004) Do fish feel pain?, Oxford: Oxford University Press
5 Dorsomedial and dorsolateral telencephalic pallium of the fish forebrain are homologous and functionally equivalent to the Mammalian amygdala (involved in generation of emotions) and hippocampus (involved in learning and spatial memory). Portavella, M.; Torres, B. & Salas, C. (2004) “Avoidance response in goldfish: Emotional and temporal involvement of medial and lateral telencephalic pallium”, The Journal of Neuroscience, 24, pp. 2335-2342 [accessed on 14 March 2025]. Rey, S.; Huntingford, F. A.; Boltaña, S.; Vargas, R.; Knowles, T. G. & Mackenzie, S. (2015) “Fish can show emotional fever: Stress-induced hyperthermia in zebrafish”, Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, 282 (1919) [accessed on 14 March 2025].
6 Barr, S.; Laming, P. R.; Dick, J. T. A. & Elwood, R. W. (2008) “Nociception or pain in a decapod crustacean?”, Animal Behaviour, 75, pp. 745-751.
7 Birch, J.; Browning, H.; Burn, C.; Schnell, A. K. & Crump, A. (2021) Review of the evidence of sentience in cephalopod molluscs and decapod crustaceans, London: London School of Economics and Political Science [referencia: 22 de marzo de 2025]. United Kingdom (2022) “Animal Welfare (Sentience) Act 2022”, legislation.gov.uk [referencia: 21 de marzo de 2025].
8 Fraser, T. W. K.; Fjelldal, P. G.; Hansen, T. & Mayer, I. (2012) “Welfare considerations of triploid fish”, Reviews in Fisheries Science, 20, pp. 192-2011.
9 Mood, A & Brooke, P. (2024) “Estimating global numbers of fishes caught from the wild annually from 2000 to 2019”, Animal Welfare, 33, e6 [referencia: 12 de febrero de 2025].
10 Mood, A.; Lara, E.; Boyland, N. K. & Brooke, P. (2023) “Estimating global numbers of farmed fishes killed for food annually from 1990 to 2019”, Animal Welfare, 32, e12 [referencia: 14 de marzo de 2025]. Otras estimaciones llegan a datos similares. La FAO (Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación) calcula entre 51 107 y 167 476 millones de peces muertos en las dos últimas décadas: fishcount.org.uk (2019) “Estimated numbers of individuals in global aquaculture production (FAO) of fish species”, fishcount.org.uk [referencia: 12 de marzo de 2025]. fishcount.org.uk (2019) “Updated farmed fish & crustacean estimates”, fishcount.org.uk [referencia: 15 de marzo de 2025].
11 fishcount.org.uk (2024) “Updated farmed fish & crustacean estimates”, fishcount.org.uk, op. cit.
12 Barr, S.; Laming, P. R.; Dick, J. T. A. & Elwood, R. W. (2008) “Nociception or pain in a decapod crustacean?”, op. cit. Elwood, R. W.; Barr, S. & Patterson, L. (2009) “Pain and stress in crustaceans?”, Applied Animal Behaviour Science, 118, pp. 128-136. Appel, M. & Elwood, R. W. (2009) “Motivational trade-offs and potential pain experience in hermit crabs”, Applied Animal Behaviour Science, 119, pp. 120-124.