A morte dos animais usados para alimentação

A morte dos animais usados para alimentação

Gerar produtos de origem animal significa matar animais não humanos. Isso é bem óbvio no caso da carne, couro, peles e outros produtos que são criador a partir do corpo de animais. Mas os animais também são mortos quando são explorados para outros fins, como a produção de laticínios e ovos. Vacas e galinhas jovens produzem mais leite e ovos, e vacas leiteiras e galinhas poedeiras são mortas quando explorá-las é menos lucrativo do que produzir novos animais e explorá-los em seu lugar.

Uma pequena porcentagem dos animais criados para a produção de alimentos é criada em pequenas fazendas ao invés de granjas industriais. Defensores das pequenas fazendas alegam que os animais criados nelas são tratados melhor do que os criados em granjas industriais. Entretanto, sejam quais forem as condições em que são criados, no fim todos estes animais são enviados a um matadouro.

A morte é prejudicial aos animais porque, como seres com a capacidade de ter experiências positivas, eles têm interesse em viver. Em matadouros, os animais também experimentam o medo e a dor antes de morrerem. Alguns dos tormentos que eles sofrem são descritos abaixo, começando com animais aquáticos, que são a maioria entre os animais explorados.

Criação de animais aquáticos

Embora seja virtualmente impossível capturar animais aquáticos sencientes na natureza sem fazê-los sofrer, poderíamos pensar que as coisas sejam diferentes para os peixes criados. Mas não são muito diferentes. A quantidade e os tipos de sofrimento que esses peixes e outros animais aquáticos enfrentam durante o abate, e também antes dele1, variam conforme o método usado. Mas todos os métodos causam dor e aflição consideráveis, e todos terminam em morte. Os métodos que são empregados para matar peixes incluem os seguintes2:

1. Asfixia. Os peixes são tirados para fora da água e lentamente sufocam porque somente conseguem extrair oxigênio da água através de suas guelras. Pode levar até 15 minutos para eles morrerem3.

2. Refrigeração. Os peixes são submergidos no gelo ou em água quase congelada, causando hipotermia e morte. Este método não necessariamente reduz a sensibilidade à dor, como tem sido indicado pelo fato de a redução da temperatura ser relacionada a um aumento nos níveis de cortisona nos animais4.

3. Narcose por dióxido de carbono. Os peixes são postos em tanques cuja água possui altos níveis de dióxido de carbono. Dissolvido em concentrações elevadas na água, o dióxido de carbono tem um efeito narcótico nos peixes que o respiram. Isso atordoa e insensibiliza os peixes, mas o processo é lento, e conforme o dióxido de carbono começa a afetá-los, eles se movem violentamente e tentam fugir. Eles exibem o que na literatura científica é conhecido como “comportamento de fuga”5, que é um forte indicador de que se sentem angustiados.

4. Sangria sem insensibilização. Os peixes são retirados da água e, manualmente imobilizados, suas brânquias ou seus corações são cortados com uma faca para que sangrem até a morte. Este processo pode durar entre quatro e 15 minutos ou mais e durante este tempo os peixes estão completamente conscientes e lutando para viver, da mesma forma que outros animais fariam nesta situação6.

5. Insensibilização percussiva. Os animais são golpeados até perderem a consciência.

6. Eletronarcose. Este método é usado em peixes grandes. Os peixes são perfurados com um arpão que possui uma conexão elétrica. Em alguns casos isso não funciona e os peixes permanecem conscientes enquanto sangram até a morte7.

7. Tiros na cabeça. Consiste em atirar na cabeça dos peixes.

Matadouros

As coisas não são muito diferentes nos matadouros em que mamíferos e aves são mortos. Os mamíferos e aves também experimentam medo e dor, e também são privados de suas vidas. Em muitos países os animais deveriam ser insensibilizados antes para que não sofram, ou pelo menos sofram menos, quando são mortos.

Animais em matadouros também passam por um sofrimento psicológico terrível. Além da aflição de não saberem onde estão, eles vêem outros animais sendo mortos, e ouvem seus gritos. Tudo isso é terrivelmente assustador para eles8. Seu sofrimento começa assim que chegam aos matadouros após um caminho desde as fazendas muito duro.

Transporte às unidades de abate

Durante sua viagem ao matadouro, animais são aglomerados e muitas vezes possuem pouca proteção contra temperaturas extremas. Normalmente não são alimentados no caminho porque não é interessante economicamente para o fazendeiro dar comida a eles, já que não haverá tempo para a comida ser digerida e se transformar em mais carne9, e também porque é mais fácil para o motorista do caminhão e os trabalhadores do matadouro se não tiverem que lidar com excremento animal.

Os animais chegam geralmente em matadouros enfraquecidos física e psicologicamente. Estão famintos, exaustos, e frequentemente confusos e assustados. Quando chegam ao matadouro existem outros fatores que podem aumentar seu estresse, como pisos escorregadios. Se um animal cai, outros atrás dele podem se ferir também.

Às vezes os animais são lavados antes de serem abatidos no matadouro. Muitas vezes isto é feito com lavadoras de alta pressão, que lhes causa dor, frequentemente em partes sensíveis. A temperatura da água pode também ferir os animais, e eles podem achar o processo muito estressante.

Além disso, frequentemente os animais são descarregados de caminhões e forçados violentamente a andar de um curral a outro no caminho até o abate. Às vezes bandeiras, sacos e objetos similares são usados para movê-los de um lugar a outro. Mas frequentemente os animais estão tão assustados que isso não é suficiente para convencê-los a andarem, então modos mais violentos são usados. Paus, varas ou aguilhões elétricos são usados, causando dor aos animais. Às vezes usam-se ganchos. Um funcionário de um matadouro relatou:

“Porcos se estressam muito facilmente. Se você os cutucar demais, eles sofrem ataques cardíacos. Se você tiver um porco na rampa que foi cutucado pra caramba e teve um ataque do coração ou não quer se mexer, você pega um gancho de pendurar carne e engancha-o pelo ânus. Você tenta fazer isso apertando a bacia. Então você o arrasta para trás. Você está arrastando estes porcos vivos, e muitas vezes o gancho rasga o ânus do porco. Eu já vi pernis – coxas – serem rasgados e completamente abertos. Eu já vi também intestinos saírem. Se o porco cai perto da frente da rampa, você enfia o gancho na bochecha dele e o arrasta para frente10.”

Em alguns casos, os animais podem ficar empacados em alguma parte do matadouro, e então qualquer forma de violência pode ser usada para movê-lo. Um testemunho de outro funcionário de um matadouro demonstra isto claramente:

“Já arrastei vacas até seus ossos começarem a quebrar, enquanto ainda estavam vivas. Quando levava elas por uma esquina e elas ficavam presas na passagem, era só puxar elas até o couro rasgar, até o sangue cair no aço e no concreto. Quebrava suas pernas… E a vaca ficava gritando com a língua para fora. Puxavam até seu pescoço quebrar11.”

Contenção

Nas unidades de abate, os animais devem ser insensibilizados antes de serem mortos. Alguns animais (como porcos e ovelhas) frequentemente são insensibilizados sem antes serem imobilizados. Os funcionários simplesmente vão até os animais e os insensibilizam (ou tentam) usando métodos como o aguilhão elétrico. Fazem isto repetidamente em diferentes animais de um mesmo grupo. Para fazer isso com eficácia, os funcionários do matadouro precisam se posicionar sobre o porco ou ovelha e segurá-lo. Sendo assim este método não funciona em animais grandes como vacas. Para facilitar o processo de insensibilização e para proteger os funcionários de possíveis ferimentos causados pela tentativa de fuga dos animais, animais de grande porte são imobilizados antes de serem insensibilizados e mortos. Os seguintes métodos de contenção são usados.

Boxes de contenção tradicionais. São espaços fechados onde o animal é colocado para ser deixado insensibilizado. O box é estreito de modo que o animal não consegue se virar e o piso do boxe é áspero para impedir escorregões ou quedas12. A pessoa que fará a insensibilização geralmente fica ao lado do box para atirar no animal. Algumas vezes, os funcionários erram o tiro e o animal continua consciente durante o içamento e a sangria.

Boxes com contenção de cabeça. Estes são boxes que possuem um mecanismo de imobilização de cabeça que é fechado ao redor do pescoço do animal, assim contendo sua cabeça. Este tipo de boxe é obrigatório em certos países sempre que os animais forem insensibilizados usando métodos não penetrantes, já que estes exigem uma precisão maior no disparo para serem eficazes.

Trilhagem aérea. São esteiras rolantes automáticas que carregam o animal para a área de insensibilização. São projetados em formato semelhante à letra “W”, para que as pernas dos animais fiquem sempre separadas, assegurando que eles não consigam se virar.

O método usado para conter aves enquanto são insensibilizadas é diferente. Elas são içadas de ponta cabeça em uma esteira rolante que leva os animais até os tanques de insensibilização, que são descritos abaixo. Os pássaros frequentemente são feridos e têm seus pés ou outras partes de seus corpos quebrados enquanto são rapidamente, ás vezes violentamente, coletados e pendurados na esteira. Um ex-funcionário que se converteu em um ativista pelos animais, Virgil Butler, descreveu a situação:

“A linha está operando. O cheiro é terrível e as galinhas estão em pânico. Muitas delas cacarejam alto, algumas estão ali só tremendo. Às vezes você percebe uma olhando para você, olho no olho, e você sabe que ela está aterrorizada13.”

Insensibilização

Uma vez que o animal é suficientemente imobilizado (ou ás vezes, no caso de animais pequenos, sem imobilizá-los), é feita uma tentativa de insensibilizá-los para que eles não estejam conscientes quando forem abatidos. Isto pode ser feito por diferentes métodos.

Eletronarcose

Este método dá um choque elétrico no animal até que ele fique inconsciente. Seu método de aplicação é diferente dependendo do tipo de animal.

Aves

Eletronarcose é o método mais comumente usado em aves (como frangos, galinhas, perus, gansos, e patos). O procedimento mais comum é a submersão da cabeça dos animais em uma cuba com água eletrificada14. Uma corrente de 80 miliampères é aplicada por 3 segundos. Normalmente este processo é mecanizado, com os animais içados em ganchos e arrastados através de uma grande cuba de água eletrificada por alguns segundos antes de chegarem ao próximo estágio na linha de produção onde suas gargantas são cortadas.

Estudos têm mostrado que isso é muito doloroso para os animais. A corrente percorre o corpo todo, geralmente causando uma ruptura no osso coracóide e na escápula (omoplata), contrações musculares, e hemorragias15.

Em um estudo, aproximadamente 44% das galinhas submersas na água eletrificada sofreram ruptura de ossos e 35% tiveram hemorragias. Além disso, metade dos animais insensibilizados por este método mostraram fibrilação ventricular. Resultados similares foram obtidos em estudos realizados na União Europeia comparando este método com o uso de gás16. A eficácia deste método foi colocada em questão já que houve relatos de animais que chegavam conscientes à escaldagem.

Suínos

No caso de porcos, há dois métodos de eletronarcose: condução de corrente elétrica através do cérebro, ou a condução de corrente elétrica através do cérebro e coração.

1.- Condução da corrente elétrica através do cérebro. Uma corrente elétrica é aplicada diretamente à cabeça do animal com a intenção de criar um ataque epilético. A insensibilização deste tipo é feita através de um pegador composto de dois eletrodos posicionados em cada lado da cabeça, abaixo das orelhas. Os pegadores têm, em cada lado, uma parte afiada que perfura a pele do animal e assegura que os eletrodos permaneçam fixados. Uma variante deste método consiste em posicionar um eletrodo sob o maxilar e o outro na lateral do pescoço (atrás das orelhas). Este método insensibiliza os animais por um breve período (15 segundos), o que frequentemente faz com que o animal volte a ficar consciente antes da sangria, assim sofrendo não somente dor, mas também pânico e angústia terríveis.

2. Condução de corrente elétrica pelo cérebro e coração. Esta técnica causa um ataque cardíaco. Este método de insensibilização normalmente causa a morte imediata por eletrocução. Um eletrodo é colocado na testa ou no sulco atrás da orelha, e outro nas costas ou na lateral do corpo, de modo que a corrente elétrica alcance também o coração.

Estes métodos exigem a raspagem e a umidificação da área onde os elétrodos serão colocados para permitir o fluxo da corrente. Não umedecer a área, aplicar este tipo de insensibilização em um ponto errado do corpo, ou com uma amperagem diferente da indicada pode causar a paralisia do animal sem causar a perda da consciência (efeito que é conhecido como tetanização). Isso significa que o animal permanecerá acordado durante o processo inteiro e sofrerá o stress e a dor que virão a seguir. Além disto, se a distância entre os elétrodos for muito curta, não é causado o ataque cardíaco.

O equipamento o mais comum de descarga elétrica é um de baixa tensão (70-150 V), aplicado por vários segundos, durante os quais o animal sofre às vezes uma descarga dolorosa antes de ficar insensibilizado. Em muitos casos a descarga não é aplicada como instruído, o que pode fazer com que o animal sofra uma dolorosa paralisia geral (se a descarga é mais baixa) ou sofra fraturas de ossos, equimose, e hemorragias (se a descarga é mais alta). Mas mesmo se a descarga for aplicada de acordo com as instruções, o animal pode sofrer dor e medo antes de perder a consciência17.

Bovinos

A eletronarcose é um método raramente usado em bovinos devido ao seu grande porte. Quando é usado em bovinos, a insensibilização elétrica deve ser feita em duas etapas. Um mínimo de 1,5 ampères é aplicado primeiramente à cabeça, seguido por outra descarga elétrica ao corpo, que deve causar uma parada cardíaca18.

A aplicação de eletrodos a um bovino pode não insensibilizá-lo19. Dependendo do método de contenção usado, pode ser difícil manter o elétrodo fixado à cabeça da vaca quando ela cai no chão, o que fará com que ela sinta o choque elétrico. Além disso, o posicionamento incorreto dos eletrodos pode causar fraturas na coluna e hemorragias, entre outros problemas.

Atmosfera controlada

Este tipo de insensibilização é usado em muitos países. Os animais são conduzidos a uma câmara que é preenchida com gás asfixiante: argônio, nitrogênio, dióxido de carbono, ou uma combinação destes. Isto faz os animais perderem a consciência.

Há uma grande variação na resposta dos animais expostos ao gás, que depende, basicamente, de fatores genéticos. A perda da consciência nunca é instantânea, leva de 30 a 39 segundos20. O gás pode causar reações muito violentas e tentativas desesperadas de fuga21, o que mostra que esse método pode ser bastante doloroso e estressante para estes animais.

Concussão

Há dois tipos de insensibilização usando a concussão.

Penetrante

É feito com uma pistola com dardo cativo. Dispara um projétil retrátil por meio de um cartucho explosivo ou ar comprimido. O projétil impacta o córtex cerebral e retorna então a sua posição original sem ficar alojado no cérebro. Causa danos permanentes ao cérebro.

Há um modelo da pistola que também projeta um jato de água no orifício aberto, causando mais danos ao cérebro22. Outra prática consiste em colocar uma haste de metal no orifício criado pelo projétil para produzir lacerações no cérebro.

Não penetrante

Um dispositivo com uma extremidade em formato de cogumelo é usado para atingir o crânio sem entrar em contato com o cérebro. A insensibilização é causada pela concussão resultante do impacto23.

Golpes de marreta ou martelo

Este método é usado em lugares com poucos recursos econômicos porque é barato e simples, embora exija muita habilidade para acertar o ponto exato e deixar o animal inconsciente. De fato, a taxa de sucesso deste método de insensibilização é de somente 50%, aproximadamente24. Frequentemente é necessário realizar diversos golpes, causando terror, stress, e dor enormes aos animais. Em muitos casos, devido à falta de precisão, os animais têm suas gargantas cortadas e sangram devagar até morrer ainda completamente conscientes.

Eletronarcose caseira

Esse método é usado em países mais pobres. Consiste em usar fios ou os cabos conectados à corrente elétrica de uma casa. Não é claro se este método realmente atordoa suas vítimas; certamente não funciona no caso de bovinos e outros animais que não são atordoados por baixas correntes elétricas25. Este método causa muito sofrimento aos animais, além do que irão sofrer na hora do abate.

Imobilização sem insensibilização

Corte da medula espinhal. Consiste no uso de uma faca afiada para cortar a medula espinhal na base do crânio. Causa uma imobilização imediata no animal, mas não causa a perda da consciência, assim o animal permanece consciente enquanto sangra até morrer.

Matando os animais

Em lugares onde a regulamentação o exige, os animais passam por um processo de insensibilização, geralmente um dos métodos descritos acima, com a intenção de deixá-los inconscientes ou imóveis antes de serem mortos. Devido à velocidade das linhas de produção, métodos inapropriados e às vezes ao descuido de funcionários, muitos animais atravessam a etapa de atordoamento sem estarem insensibilizados, e ficam plenamente conscientes quando seus corpos são arrastados pelos tanques de escalda e enquanto suas gargantas são cortadas e seus corpos desmembrados.

Bovinos

Uma vez que passaram pela insensibilização, durante a qual eles podem ou não estar atordoados, vacas, bois, bezerros e touros têm suas patas traseiras acorrentadas e são erguidos para ficarem de cabeça para baixo. Então uma faca afiada corta suas gargantas, cortando a artéria carótida, e sangram até a morte. Na etapa seguinte, suas cabeças e pés são cortados, seus tratos digestivos são removidos, eles são esfolados e as vísceras restantes são extraídas das carcaças dos animais.

Em muitos casos, os animais podem estar completamente conscientes quando são mortos. Às vezes não morrem na etapa do abate e ainda estão plenamente conscientes na etapa seguinte, quando são esfolados e cortados em pedaços. Isto acontece porque demora vários minutos para sangrar até a morte. Entretanto, os animais são fatiados imediatamente depois que suas gargantas são cortadas, Assim eles são frequentemente desmembrados vivos. Como relatado em uma entrevista com um funcionário de um matadouro:

“Do corte da garganta até a esfola dá mais ou menos dez segundos. Eles respiram com força ali, mugindo e estão caindo fora da esteira porque estão vivos26.”

Outro funcionário, Ramón Moreno, cujo trabalho era dividir os animais (cortar seus corpos em pedaços), relatou fazer isto muitas vezes todos os dias com os animais ainda conscientes. O gado deveria estar morto antes de chegar a ele. Mas frequentemente não estava:

“Eles piscam. Fazem barulhos,” ele disse, brandamente. “A cabeça se mexe, os olhos estão arregalados e olhando em volta.”

Ainda assim Moreno os cortava. Em dias ruins, ele diz, dezenas de animais chegavam à sua estação de trabalho claramente vivos e conscientes. Alguns sobreviviam até o corte da cauda, da barriga, a remoção do couro. “Eles morrem,” disse Moreno, “pedaço por pedaço”27.

“Se você enfiar uma faca na vaca, ela fará muito barulho: ela faz `Muu!‘28.”

Um técnico do Ministério de Agricultura dos Estados Unidos, Tim Walker, relatou:

“Eu reclamei para todos – eu disse, ‘Olha, estão esfolando vacas vivas ali,’ disse Walker. Era sempre a mesma resposta: `Sabemos que é verdade. Mas não há nada que possamos fazer‘29.

Isto foi confirmado por outros funcionários:

“Eu vi milhares e milhares de vacas passarem vivas pelo processo de abate,” disse Fuentes, funcionário veterano da IBP, que foi ferido ao trabalhar com gado vivo, em uma declaração. “As vacas podem chegar a sete minutos na linha de produção e ainda estar vivas. Estive na etapa de esfola onde elas ainda estão vivas. Ali é arrancado todo o couro do pescoço para baixo30.”

Suínos

O dióxido de carbono pode ser usado não somente para insensibilizar porcos, mas também para matá-los diretamente privando seus corpos de oxigênio e sufocando-os até a morte. Entretanto, normalmente eles são apenas insensibilizados com dióxido de carbono e então tem suas gargantas cortadas. Quando os porcos atravessam a etapa de insensibilização estando insensibilizados ou não, são içados e pendurados pelas patas traseiras em uma esteira rolante que os conduz ao lugar onde ficam os funcionários que os matarão. Os funcionários cortaram as gargantas dos animais e a maioria dos suínos sangra até a morte. Mas alguns não. Em geral os métodos de insensibilização são criados para uma única espécie, mas podem afetar animais daquela mesma espécie de formas diferentes, devido a fatores como seu peso. Em outros casos, os animais simplesmente não ficam insensibilizados porque o processo é feito muito rapidamente, ou por causa de sistemas mal projetados ou erro humano. Nestes casos, os animais estão inteiramente conscientes quando chegam a próxima etapa, que é a escaldagem, tanques com água muito quente nos quais os animais são literalmente escaldados para que seus pelos ou penas possam facilmente ser removidos31. Novamente, existem relatos de funcionários sobre isso:

“Eu já vi porcos no tanque de escaldagem tentando nadar32”.

“Estes porcos chegam ao tanque, caem na a água e começam a gritar e se contorcer. Às vezes se debatem tanto que jogam água para fora do tanque… Mais cedo ou mais tarde se afogam. Há um braço rotatório que os empurra para baixo, sem dar chance para eles saírem. Eu não tenho certeza se eles queimam até morrer antes de se afogar, mas demora alguns minutos até que eles parem de se debater33”.

Aves

Na primeira etapa de um matadouro de galinhas, elas são penduradas de cabeça para baixo em uma esteira rolante, e então suas cabeças passam através de tanques de eletronarcose, que são tanques de água com correntes elétricas em certa voltagem para insensibilizar os animais. Em seguida uma lâmina automática corta suas gargantas. Depois, a esteira rolante puxa-os através de tanques de escaldagem com água fervendo onde suas penas são removidas.

Ser pendurado em uma esteira rolante é muito desconfortável e aflitivo, e as aves estão lutando para sair, batendo as asas e movendo suas cabeças. Por causa disso, quando passam sobre os tanques eletrificados, suas cabeças podem estar erguidas e elas podem não ser insensibilizadas. Elas podem ainda estar se movendo quando alcançam a lâmina automática. Como resultado, a lâmina pode não cortar suas gargantas. A lâmina pode nem sequer tocar nos animais, ou cortar outra parte do seu corpo, como as asas, o rosto, ou o bico.

Os funcionários podem então decapitar os animais que eles viram que não foram mortos automaticamente. Entretanto, a esteira rolante corre rapidamente e não pode parar, então eles frequentemente deixam passar alguns animais ainda vivos. Isto significa que os animais alcançarão os tanques de escaldagem inteiramente conscientes, onde são cozidos vivos.

Outros fatores que pioram o sofrimento

Existem outros fatores que podem tornar as mortes em matadouros ainda mais dolorosas e estressantes, como equipamentos que não funcionam corretamente. Um funcionário de um matadouro disse:

“A linha de produção é tão rápida que não dá tempo de afiar a faca. A faca fica cega e você tem que cortar com mais força34.”

Outros fatores incluem a falta de preocupação que os funcionários podem ter pelos animais. Para serem capazes de matar os animais, os funcionários precisam ser praticamente insensíveis para com eles. De acordo com um funcionário:

“Porcos na etapa de abate já vieram para perto de mim e me rodearam como filhotes de cachorro. Dois minutos depois eu tive que matá-los – bater neles com um cano até morrerem. Eu não posso me importar35.”

Além disso, os animais podem ser vítimas da brutalidade de alguns funcionários. Há muitos registros de inflição de dor nos animais de propósito. Isto pode acontecer se os funcionários estiverem estressados, tendo um dia ruim, ou se alguns animais lutarem por sua vida e o funcionário quiser revidar. Em todas essas situações, como em fazendas, os animais estão completamente indefesos e muitas vezes os funcionários estão em uma situação em que podem fazer o que quiserem aos animais. A seguinte declaração feita por outro funcionário demonstra isso claramente:

“Você já vai matar o porco, mas isso não é o suficiente. Ele tem que sofrer… você não simplesmente o mata. Você faz isso com força, empurra com intensidade, estoura a garganta, faz ele se afogar em seu próprio sangue. Corte seu nariz no meio. Se um porco vivo estivesse correndo pelo cercado, apenas olhando para mim, eu pegaria minha faca e – cortaria fora seu olho enquanto ele estivesse parado ali. E este porco só gritaria. Uma vez eu peguei minha faca – ela é bastante afiada – e cortei fora a ponta do nariz de um porco, que nem uma fatia de mortadela. O porco ficou louco por alguns segundos. Então simplesmente ficou sentado feito um idiota. Então eu enchi a mão de sal e enfiei em seu nariz. Então aquele porco ficou realmente louco, empurrando seu nariz em tudo quanto é lugar. Eu ainda tinha um pouco de sal na minha mão – estava usando uma luva de borracha – e enfiei o sal na bunda do porco. O coitado não sabia mais o que fazer. Mas eu não era o único cara que fazia esse tipo de coisa… Um cara com quem eu trabalho persegue os porcos até entrarem no tanque de escaldagem36.”

Não há nenhuma maneira de controlar isso, mesmo com inspeções frequentes. Alguém que prejudica animais deste modo pode parar de fazê-lo quando está sendo observado. Enquanto as pessoas exigirem produtos de origem animal, haverá pecuária industrial, e isso continuará acontecendo.

Mesmo quando não há um abuso fora do normal, os métodos que vimos acima, utilizados pelos matadouros, podem causar um terrível sofrimento aos animais. E em todos os casos, mesmo se não sofrerem muita dor ou aflição, os animais ainda são prejudicados por serem privados de suas vidas.


Leituras adicionais

Anil, M. H. (1991) “Studies on the return of physical reflexes in pigs following electrical stunning”, Meat Science, 30, pp. 13-21.

Anil, M. H.; McKinstry, J. L.; Wotton, S. B. & Gregory, N. G. (1995) “Welfare of Calves – 1. Investigations into some aspects of calf slaughter”, Meat Science, 41, pp. 101-112.

Blackmore, D. K. (1984) “Differences in behaviour between sheep and cattle during slaughter”, Research in Veterinary Science, 37, pp. 223-226.

Chandroo, K. P.; Yue, S. & Moccia, R. D. (2004) “An evaluation of current perspectives on consciousness and pain in fishes”, Fish and Fisheries, 5, pp. 281-295.

Dalmau, A.; Nande, A.; Vieira-Pinto, M.; Zamprogna, S.; Di Martino, G.; Ribas, J. C. R.; Paranhos da Costa, M.; Halinen-Elemo, K. & Velarde, A. (2016) “Application of the welfare quality® protocol in pig slaughterhouses of five countries”, Livestock Science 193, pp. 78-87.

Daly, C. C.; Gregory, N. G. & Wotton, S. B. (1987) “Captive bolt stunning of cattle-effects on brain function and the role of bolt velocity”, British Veterinary Journal, 143, pp. 574-580.

Eikelenboom, G. (1982) Stunning animals for slaughter, London: Martinus Nijhoff.

European Commission. Scientific Veterinary Committee, Animal Welfare Section (1996) Report on the slaughter and killing of animals, Brussels: Commission of the European Communities [acessado em 14 de fevereiro de 2012].

Ewbank, R.; Parker, M. J. & Mason, C. W. (1992) “Reactions of cattle to head restraint at stunning: A practical dilemma”, Animal Welfare, 1, pp. 55-63.

Fossat, P.; Bacqué-Cazenave, J.; de Deuerwaerdère, P.; Delbecque, J.-P. & Cattaert, D. (2014) “Anxiety-like behavior in crayfish is controlled by serotonin”, Science, 344, pp. 1293-1297.

Gentle, M. J. & Tilston, V. L. (2000) “Nociceptors in the legs of poultry: implications for potential pain in pre-slaughter shackling”, Animal Welfare, 9, pp. 227-236.

Grandin, T. (1998a) “The feasibility of using vocalization scoring as an indicator of poor welfare during slaughter”, Applied Animal Behaviour Science, 56, pp. 121-128.

Grandin, T. (2002) “Return to sensibility problems after penetrating captive bolt stunning of cattle in commercial beef slaughter plants”, Journal of the American Veterinary Medical Association, 221, pp. 1258-1261.

Gregory, N. G. (1985) “Stunning and slaughter of pigs”, Pig News and Information, 6, pp. 407-413.

Gregory, N. G. (1988) “Turkey stunning”, Turkeys, 36 (3), pp. 29-30.

Gregory, N. G. (1996) “Welfare of poultry at slaughter”, em Bremner, A. S. & Johnston, A. M. (eds.) Poultry meat hygiene and inspection, London: W. B. Saunders, pp. 53-72.

Gregory, N. G. & Wotton, S. B. (1984a) “Sheep slaughtering procedures. 11. Time to loss of brain responsiveness after exsanguination or cardiac arrest”, British Veterinary Journal, 140, pp. 354-360.

Gregory, N. G. & Wotton, S. B. (1984b) “Time of loss of brain responsiveness following exsanguination in calves”, Resource Veterinary Science, 37, pp. 141-143.

Gregory, N. G. & Wotton S. B. (1986a) “Pig slaughtering procedures: time to loss of brain”, Research in Veterinary Science, 40, pp. 148-151.

Gregory, N. G. & Wotton, S. B. (1986b) “Effect of slaughter on the spontaneous and evoked activity of the brain”, British Poultry Science, 27, pp. 195-205.

Gregory, N. G. & Wotton, S. B. (1988) “Stunning of chickens”, Veterinary Record, 122, p. 399.

Gregory, N. G. & Wotton S. B. (1990) “Comparison of neck dislocation and percussion of the head on visual evoked responses in the chicken’s brain”, Veterinary Record, 126, pp. 570-572.

Hoenderken, R. (1978) Elektrische bedwelming van slachtvarkens, Doctoral thesis, Universiteit Utrecht.

Hoenderken, R. (1983) “Electrical and carbon dioxide stunning of pigs for slaughter”, em Eikelenboom, G. (ed.) Stunning of animals for slaughter, Boston: Martinus Nijhoff, pp. 59-63.

Huntingford, F. A.; Adams, C.; Braithwaite, V. A.; Kadri, S.; Pottinger, T. G.; Sandøe, P. & Turnbull, J. F. (2006) “Current issues in fish welfare”, Journal of Fish Biology, 68, pp. 332-372.

Iwama, G. W.; Pickering, A. D.; Sumpter, J. P. & Schreck, C. B. (eds.) (2012 [1997]) Fish stress and health in aquaculture, Reissue ed., Cambridge: Cambridge University Press.

Jarvis, A. M.& Cockram, M. S. (1995) “Some factors affecting resting behaviour of sheep in slaughterhouse lairages after transport from farms”, Animal Welfare, 4, pp. 53-60.

Kestin, S. C.; Vis, J. W. van de & Robb, D. H. F. (2002) “Protocol for assessing brain function in fish and the effectiveness of methods used to stun and kill them”, Veterinary Record, 150, pp. 302-307.

Mitchell, G.; Hattingh, J. & Ganhao, M. (1988) “Stress in cattle assessed after handling, transport and slaughter”, Veterinary Record, 123, p. 201.

Pascoe, P. J. (1986) “Humaneness of electro-immobilization unit for cattle”, American Journal of Veterinary Research, 10, pp. 2252-2256

Pearson, A. J.; Kilgour, R.; Delangen, H. & Payne, E. (1977) “Hormonal responses of lambs to trucking, handling and electric stunning”, New Zealand Society Animal Production, 37, pp. 243-249.

Raj, A. B. M. (1999) “Behaviour of pigs exposed to mixtures of gases and the time required to stun and kill them: Welfare implications”, Veterinary Record, 144, pp. 165-168.

Raj, A. B. M. & Gregory, N. G. (1996) “Welfare implications of the gas stunning of pigs: 2. Stress of induction of anaesthesia”, Animal Welfare, 5, pp. 71-78.

Raj, A. B. M.; Johnson, S. P.; Wotton, S. B. & McKinstry, J. L. (1997) “Welfare implications of gas stunning pigs: 3. The time to loss of somatosensory evoked potentials and spontaneous electrocorticogram of pigs during exposure to gases”, Veterinary Journal, 153, pp. 329-340.

Rushen, J. (1986) “Aversion of sheep to electro-immobilization and physical restraint”, Applied Animal Behaviour Science, 15, p. 315.

Shimshony, A. & Chaudry, M. M. (2005) “Slaughter of animals for human consumption”, Revue Scientifique et Technique (International Office of Epizootics), 24, pp. 693-710.

Troeger, K. & Woltersdorf, W. (1989) “Measuring stress in pigs during slaughter”, Fleischwirtsch, 69, pp. 373-376.

Troeger, K. & Woltersdorf, W. (1991) “Gas anaesthesia of slaughter pigs”, Fleischwirtschaft, 71, pp. 1063-1068.

Vis, H. van de; Kestin, S. & Robb, D.; Oehlenschläger, J.; Lambooij, B.; Münkner, W.; Kuhlmann, H.; Kloosterboer, K.; Tejada, M.; Huidobro, A.; Otterå, H.; Roth, B.; Sørensen, N. K.; Akse, L.; Byrne, H. & Nesvadba, P. (2003) “Is humane slaughter of fish possible for industry?”, Aquaculture Research, 34, pp. 211-220.

Waynert, D. F.; Stookey, J. M.; Schwartzkopo-Genwein, K. S.; Watts, J. M. & Waltz, C. S. (1999) “Response of beef cattle to noise during handling”, Applied Animal Behaviour Science, 62, pp. 27-42.

Weeding, C. M.; Hunter, E. J.; Guise, H. J. & Penny, H. C. (1993) “Effects of abattoir and handling systems on stress indicators in pig blood”, Veterinary Record, 133, pp. 10-13.

Westervelt, R. G.; Kinsman, D.; Prince, R. P. & Giger, W. (1976) “Physiological stress measurement during slaughter of calves and lamb”, Journal of Animal Science, 42, pp. 831-834.

Wotton, S. B. & Wilkins, L. J. (1999) “Effect of very low pulsed direct currents at high frequency on the return of neck tension in broilers”, Veterinary Record, 145, pp. 393-396.


Notas

1 Poli, B. M.; Parisi, G.; Scappini, F. & Zampacavallo, G. (2005) “Fish welfare and quality as affected by pre-slaughter and slaughter management”, Aquaculture International, 13, pp. 29-49.

2 Robb, D. H. F. & Kestin, S. C. (2002) “Methods used to kill fish: Field observations and literature reviewed”, Animal Welfare, 11, pp. 269-282. Robb, D. H. F.; Wotton, S. B.; McKinstry, J. L.; Sørensen, N.K. & Kestin, S. C. (2000) “Commercial slaughter methods used on Atlantic salmon: Determination of the onset of brain failure by electroencephalography”, Veterinary Record, 147, pp. 298-303.

3 Benson, T. (2004) Advancing aquaculture: Fish welfare at slaughter, London: Winston Churchill Memorial Trust, p. 23.

4 Lambooij, E.; Vis, J. W. van de; Kloosterboer, R. J. & Pieterse, C. (2002) “Welfare aspects of live chilling and freezing of farmed eel (Anguilla anguilla L.): Neurological and behavioural assessment”, Aquaculture, 210, pp. 159-169; Skjervold, P. O., Fjaera, S. O., Ostby, P. B. & Einen, O. (2001) “Live-chilling and crowding stress before slaughter of Atlantic salmon (Salmo salar)”, Aquaculture, 192, pp. 265-280. Yue, S. [ca. 2009] An HSUS report: The welfare of farmed fish at slaughter, Washington, D. C.: Humane Society of the United States, p. 4 [acessado em 27 de novembro de 2014].

5 Os salmões insensibilizados desta maneira podem lutar de forma violenta durante vários minutos: Robb, D. H. F.; Wotton, S. B.; McKinstry, J. L.; Sørensen, N. K. & Kestin, S. C. (2000) “Commercial slaughter methods used on Atlantic salmon: Determination of the onset of brain failure by electroencephalography”, op. cit.

6 Benson, T. (2004) Advancing aquaculture: Fish welfare at slaughter, op. cit., p. 6.

7 Ibid., p. 9.

8 A autora que tem trabalhado de maneira mais extensa sobre isso é Temple Grandin, que tem colaborado com a indústria da exploração animal paea apoia a exploração de animais enquanto esta é reformada, para que os animais sofram menos. Ela é a favor de matar animais para alimentação, portanto seu trabalho não aborda o dano aos animais de perderem suas vidas. Ver, por exemplo, Grandin, T. (1987) “Animal handling”, Veterinary Clinics North America: Food Animal Practice, 3, pp. 323-324; (1988b) “Double rail restrainer conveyor for livestock handling”, Journal of Agricultural Engineering Research, 41, pp. 327-338; (1998c) “Solving livestock handling problems in slaughter plans”, em Gregory, N. G. & Grandin, T. Animal welfare and meat science, Wallingford: CABI Publishing, pp. 42-63; (1990) “Design of loading and holding pens”, Applied Animal Behavior Science, 28, pp. 187-201. (1991) Recommended animal handling guidelines for meat packer, Washington, D. C.: American Meat Institute; (1992) “Observation of cattle restraint devices for stunning and slaughtering”, Animal Welfare, 1, pp. 85-90; (1994) “Euthanasia and slaughter of livestock”, Journal of American Veterinary Medical Association, 204, pp. 1354-1360; (1996) “Factors which impede animal movement in slaughter plans”, Journal of American Veterinary Medical Association, 209, pp. 757-759; (1997a) “Assessment of stress during handling and transport”, Journal of Animal Science, 75, pp. 249-257; (1997b) “Good management practices for animal handling and stunning”, Washington, D. C.: American Meat Institute; (1997c) Survey of stunning and handling in federally inspected beef, veal, pork and sheep slaughter plants, Fort Collins: Grandin Livestock Handling Systems.

9 Kirton, A. H.; Moss, R. A. & Taylor, A. G. (1971) “Weight losses from milk and weaned lamb in mid Canterbury resulting from different lengths of starvation before slaughter”, New Zealand Journal of Agricultural Research, 14, pp. 149-160 [acessado em 15 de janeiro de 2014]. Terlouw, E. M. C.; Arnould, C.; Auperin, B.; Berri, C.; Le Bihan-Duval, E.; Deiss, V.; Lefèvre, F.; Lensink, B. J. & Mounier, L. (2008) “Pre-slaughter conditions, animal stress and welfare: Current status and possible future research”, Animal, 2, pp 1501-1517.

10 Eisnitz, G. (1997) Slaughterhouse: The shocking story of greed, neglect, and inhumane treatment inside the U.S. meat industry, Amherst: Prometheus, p. 82.

11 Ibid., p. 145.

12 Grandin, T. (1991) Recommended animal handling guidelines for meat packer, op. cit.

13 Butler, V. (2003) “A night in Tyson’s hell”, The Cyberactivist, September 23 [acessado em 13 de março de 2013].

14 Bilgili, S. F. (1992) “Electrical stunning of broilers – Basic concepts and carcass quality implications: A review”, The Journal of Applied Poultry Research, 1, pp. 135-146.

15 Hillebrand, S. J. W.; Lambooij, E. & Veerkamp, C. H. (1996) “The effect of alternative electrical and mechanic stunning methods on haemorrhaging and meat quality of broiler breast and thigh muscles”, Poultry Science, 75, pp. 664-671.

16 Göksoy, O.; McKinstry, L. J.; Wilkins, L. J.; Parkmanm I.; Phillips, A.; Richardson, R. I. & Anil, M. H. (1999) “Broiler stunning and meat quality”, Poultry Science, 78, pp. 1796-1800. Raj, A. B.; Gregory, N. G.; Wilkins, L. J. (1992) “Survival rate and carcass downgrading after the stunning with carbon dioxide-argon mixtures”, Veterinary Record, 130, pp. 325-328.

17 Adams, D. B. & Sheridan, A. D. (2008) Specifying the risks to animal welfare associated with livestock slaughter without induced insensibility, Canberra: Australian Government Department of Agriculture, pp. 1-55.

18 Gregory, N. G. (1993) “Slaughter tecnology electrical stunning in large cattle”, Meat Focus, pp. 32-36; (1994) “Preslaughter handling, stunning and slaughter”, Meat Science, 36, pp. 45-56.

19 Atkinson, S.; Velarde, A. & Algers, B. (2013) “An assessment of carbon dioxide stunning in pigs”, Animal Welfare, 22, pp. 473-481.

20 Gregory, N. G.; Moss, B. & Leeson, R. (1987) “An assessment of carbon dioxide stunning in pigs”, Veterinary Record, 121, pp. 517-518.

21 Dodman, N. H. (1977) “Observations on the use of the Wernberg dip-lift carbon dioxide apparatus for preslaughter anesthesia of pigs”, British Veterinary Journal, 133, pp. 71-80. Grandin, T. (1988d) “Possible genetic effect in pig’s reaction to CO2 stunning”, Congress proceedings: 34th International Congress of Meat Science and Technologies, 29 August – 2 September, Brisbane, Australia, pp. 96-97.

22 Bauer, N. A.; Buckley, S. A. & Ferris, R. A. (1997) “Brain emboli in the pulmonary arteries, hepatic veins and renal veins of slaughtered cattle as a sequelae to the stunning process”, Epidemiology and Economics Symposium ’97, August 19-21, Fort Collins, Colorado.

23 Ramantanis, S. B.; Hadžiosmanović, M. & Stubičan, D. (2005) “Preventive measure against possible BSE-hazard: Irreversible electrical cattle stunning – a review”, Veterinarski Arhiv, 75, pp. 83-100 [acessado em 9 de setembro de 2012].

24 Lambooij, E.; Spanjaard, W.; Eikelenboom, G. (1981) “Concussion stunning of veal calves”, Fleischwirtchaft, 61, pp. 98-100.

25 Wotton, S. B.; Gregory, N. G.; Whittington, P. E. & Parkman, I. D. (2000) “Electrical stunning of cattle”, Veterinary Record, 147, pp. 681-684.

26 Eisnitz, G. (1997) Slaughterhouse: The shocking story of greed, neglect, and inhumane treatment inside the U.S. meat industry, op. cit., p. 216.

27 Warrick, J. (2001) “They die piece by piece”, Washington Post, 10 April, p. A01.

28 Ibid.

29 Ibid.

30 Ibid.

31 Ibid.

32 Eisnitz, G. (1997) Slaughterhouse: The shocking story of greed, neglect, and inhumane treatment inside the U.S. meat industry, op. cit., p. 33.

33 Ibid., p. 84.

34 Human Rights Watch (2005 [2004]) “Blood, sweat and fear: Workers’ rights in U.S. meat and poultry plants”, Human Rights Watch, January 25 [acessado em 8 de marzo de 2013]. A preocupação aqui é somente pela segurança daqueles que trabalham nos matadouros, algo habitual no caso das organizações de direitos humanos que não se preocupam nem o mínimo com os animais. Mas podemos entender claramente como isso prejudicar os animais, que sofrerão de maneira importante devido ao equipamento de má qualidade com o qual são mortos.

35 Eisnitz (1997) Slaughterhouse: The shocking story of greed, neglect, and inhumane treatment inside the U.S. meat industry, op. cit., p. 87.

36 Ibid., pp. 92-93.